DÚVIDAS

A pronúncia de pecã (noz-pecã)

Não tendo encontrado referências sobre a pronúncia de pecã nas fontes onde normalmente procuro, gostaria de saber a vossa opinião sobre esta questão. Surgiu na sequência de uma conversa sobre alimentação saudável em que foi sugerido este produto, o qual foi dito como "pécã" (pɛˈkɐ̃). O meu instinto foi corrigir de imediato a pessoa para que dissesse "pecã" (pəˈkɐ̃), mas a pessoa garantiu-me que em todas as suas conversas com outras pessoas onde esta palavra entrava foi sempre dito por todos "pécã". Vejo esta palavra na ordem de romã, satã, maçã, onde a regra é a sílaba tónica ser na palavra com til caso a outra sílaba não seja acentuada e, assim, a vogal da primeira sílaba ser fechada (caso esteja errado, por favor corrijam-me).

Agradeço desde já a ajuda.

Resposta

No português de Portugal, é verdade que as vogais se fecham (tecnicamente, fala-se em redução vocálica) quando se encontram em sílaba átona. Contudo, há muitas exceções, mesmo com palavras terminadas em ditongo ou vogal nasal tónicas:

esquecer – tem é aberto na penúltima sílaba, que é átona;

corar – tem ó aberto na primeira sílaba, que é átona;

inflação – tem á aberto na penúltima sílaba, que é átona.

Quanto a pecã, nada impede que a palavra siga a regra geral e se pronuncie (quase) como "p'cã", com o "e" mudo por estar em sílaba átona. No entanto, parece que a pronúncia mais generalizada é a que tem é aberto átono: p[è].

Diga-se que pecã (ou noz-pecã, ou noz-americana) é o termo que designa o fruto da Carya illinoensis, ou seja, a nogueira- pecã, ou nogueira-americana (ver dicionário Priberam). Pecã tem origem no inglês norte-americano pecan, por sua vez, adaptação do francês americano pacane, que veio do algonquino, uma língua ameríndia (Dicionário Houaiss).

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