O substantivo interregno – que significa « período entre dois reinados, em que não há rei hereditário ou eletivo», «período em que algo deixa de estar em vigor ou um cargo deixa de ser preenchido», ou simplesmente «interrupção temporária» (Dicionário de Língua Portuguesa, disponível na Infopédia – tem e aberto na sílaba tónica -rre- e a sequência de sons [gn] na última sílaba.
O Portal da Língua Portuguesa indica que a transcrição fonética da palavra, de acordo com o padrão aceite em Portugal, é [ĩtɨʀˈɛgnu]. Segundo a mesma fonte, no Brasil ou em parte deste país, regista-se a tendência para inserir uma vogal no meio da sequência [gn]: [ĩteɦˈɛgə̃nʊ] (Rio de Janeiro) e [ĩtexˈɛgənʊ] (São Paulo). Apesar disso, considera-se que a pronúncia correta é sem a inserção (epêntese) de vogal1 (cf. registo da palavra interregno pronunciada por uma falante de sotaque brasileiro no sítio Forvo).
1 Convém assinalar que, na transcrição do Portal da Língua Portuguesa, pode parecer inusitado representar-se com o símbolo [ə] o segmento vocálico inserido no meio do encontro consonântico [gn] no contexto das variedades linguísticas brasileiras. Note-se, porém, que o símbolo mencionado, geralmente conhecido como schwa (aportuguesamento xevá, segundo o Dicionário Houaiss), aplica-se geralmente a uma «vogal central, média, não arredondada, de timbre indistinto» (idem, ibidem), que ocorre frequentemente em epêntese (inserção no meio de uma palavra) em diferentes línguas do mundo. Em relação à vogal epetentética que, no conjunto dos dialetos portugueses do Brasil, desfaz encontros de consoantes, como é o caso de [gn], a descrição linguística refere habitualmente um [i], ainda que não exclua que o segmento se aproxime de uma vogal mais baixa, ao que parece, semelhante à vogal átona grafada como e (semana). Por exemplo, Celso Cunha e Lindley Cintra, na sua Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa, Edições João Sá da Costa, 1984, pág. 52), salientavam a ocorrência de [i], mas não excluíam a possibilidade de um "e", cujo timbre, no entanto, deixavam por definir: «Na linguagem coloquial brasileira há, porém [...], uma acentuada tendência para destruir estes encontros de difícil pronúncia [os autores referiam-se aos sons reperesentados pelas grafias gn, mn, pn, ps, pt, tm] pela intercalação da vogal i (ou e): dí-gui-no[;] pe-neu [;] rí-ti-mo [...].»