O nome de lugar (topónimo) Cachopadre1 não parece ter origem germânica.
Terá antes origem num composto formado:
– por cacho, um vocábulo arcaico que significava «pedaço de terra» e se relaciona com o regionalismo de Entre Douro e Minho cachar, verbo que significa «preparar (terra ou terreno) para cultivo; arrotear, surribar» (cf. Dicionário Houaiss) e com o substantivo cachada, «campo que proveio da roça do mato»;
– e padre, que pode não o nome comum padre, mas sim uma forma do nome próprio latino Patrius, o qual, no entanto, não se atesta na toponímia prtuguesa (ver Joseph-Maria Piel, "Nomes de Possessores Latino-Cristãos", Biblos, 1947, p. 345).
Note-se que há vários topónimos que exibem a raiz cach-, de cacho, provavelmente na aceção acima referida: Cachoufe, Cachousende, Cachafrõe, Cachadoufe. Na Galiza também há exemplos: Cachosenande (Corunha), Cacharequille (Ourense), Cachalvite (Ourense) – cf. Nomenclátor de Galicia. Na maior parte dos topónimos referidos, o segundo elemento tem origem em nomes germânicos medievais. Mas o caso de Cachopadre será uma exceção, uma vez que se afigura plausível que o segundo elemento seja de origem não germânica.
Quanto a Sisto, também não se encontra aqui uma origem germânica. Há quem o atribua ao nome pessoal (antropónimo) Sixto, mas é também se põe a hipótese de provir de um nome comum não atestado, com a forma sisto, que denotaria a noção de «pedra» (ver A. Almeida Fernandes, Toponímia Portuguesa, 1999, p. 553). De Sisto deriva como diminutivo o topónimo também recorrente Sistelo. Há igualmente ocorrências de Sisto e Sistelo na Galiza.
1 A forma Caschopadre ocorre na documentação medieval. A forma moderna é Cachopadre.