Se, como na expressão «trabalho de campo», «atividade de recolha de dados para serem posteriormente estudados e analisados», se trata de uma aula que decorre fora da escola, no espaço onde se possa observar um dado fenómeno físico e explorar as condições da sua ocorrência, então a expressão mais adequada será «aula de campo». Trata-se de um termo que já encontra atestado em certas áreas de estudo, conforme atesta a seguinte definição, facultada por uma página da Universidade Estadual do Ceará:
«A aula de campo é um método bastante utilizado em disciplinas que exigem análises empíricas sobre o assunto em estudo. Compreende-se que esse tipo de metodologia possui grande eficácia no processo ensino aprendizagem, permitindo, aos alunos, um contato com aspectos mais amplos referentes aos temas Ecologia de Campo, Fauna, Botânica, Solos, Biogeografia, etc, aspectos estes, que não poderiam ser identificados ou compreendidos apenas com leituras. Desse modo, todas as emoções e sensações surgidas durante a aula de campo em um ambiente natural podem auxiliar na aprendizagem dos conteúdos, à medida que os alunos recorrem a outros aspectos de sua própria condição humana, além da razão, para compreenderem os fenômenos. O desenvolvimento de atividades em espaços com essas características traz a vantagem de possibilitar, ao estudante, a percepção de que fenômenos e processos naturais estão presentes no ambiente como um todo, possibilitando explorar aspectos relacionados com os impactos provocados pela ação humana nos ambientes.»
Refira-se, no entanto, que a expressão «em campo» é legítima. Acha-se, por exemplo, atestada no dicionário da Academia das Ciências de Lisboa como locução associada a certos verbos: «entrar em campo»: «entrar em ação»; «pôr em campo» = acionar ou movimentar; fazer agir, intervir». A mesma fonte apresenta ainda «a campo», que ocorre em locuções como «chamar alguém a campo» (= «desafiar alguém, lançar-lhe um repto»; «trazer a campo» (= «submeter à discussão; trazer à conversa».