O exemplo que nos apresenta não tem uma análise que se inscreva entre os casos tradicionais de derivação. Embora não seja uma palavra simples – é uma palavra complexa, porque, ao observá-la, distinguimos claramente a raiz viv- do verbo viver e outro elemento que parecerá um sufixo –, acontece que a terminação -enda não é um sufixo do português, mas, sim, do latim: «[vivenda] substantivação do latim vivenda, particípio futuro passivo de vivere, 'viver' [...]" (Dicionário Houaiss).
Por outras palavras, vivenda enquadra-se num tipo de palavras complexas que não é abordado no ensino não universitário e que se podem denominar como «palavras complexas não derivadas» (cf. Graça Rio-Torto e outros autores, Gramática Derivacional do Português, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2016, p. 75), ou seja, trata-se de palavras que têm constituintes (por exemplo, o elemento -ceber de conceber ou receber) que não estão disponíveis para formar novas palavras em português (não se formam "desceber", nem "transceber"; ver a referida gramática).