A expressão consagrada e usual é «pôr em causa», registada no Dicionário Prático de Locuções e Expressões Correntes, de Emanuel de Moura Correia e Persília de Melim Teixeira, edição da Papiro Editora; significa «questionar».
Este dicionário regista ainda muitas outras expressões com o verbo pôr, nomeadamente «pôr a andar» («mandar pela barra fora»), «pôr a boca no mundo» («gritar»), «pôr a alma aos pés de alguém» («entregar-se-lhe inteiramente»), «pôr a boca no trombone» («dizer verdades; esclarecer; dizer tudo»), «pôr a cabeça em água a alguém» («fazer desesperar (alguém); tornar-se insuportável; fazer dores de cabeça»), «pôr a careca à mostra a alguém» («descobrir os defeitos de alguém; desmascarar»), «pôr a coberto» («proteger»), «pôr a escrita em dia» («contar as últimas novidades; tratar da correspondência em atraso»), «pôr a mesa» («preparar a mesa para a refeição, dispondo nela louças, copos, talheres e tudo o mais necessário ao serviço»), «pôr a nu» («patentear; descobrir; mostrar»), etc.
Assim, estou de acordo consigo: a expressão é «pôr em causa», na linha de muitas outras expressões com o verbo pôr já consagradas; contudo, não estou totalmente de acordo quando diz que "a culpa" é do «senhor do bicharoco na cabeça». Por vezes, as pessoas gostam de inovar, mas nem sempre o fazem da melhor maneira (e há quem não goste muito do verbo pôr).