Tem toda a razão, caro consulente. Foi erro meu considerar norma um pernóstico (é o termo) hábito telenovelesco. Mas também é verdade que os «erros» muito repetidos se tornam «normais», isto é, fazem norma.
Aconteceu em Portugal, por exemplo, com a palavra xícara: os pernósticos acharam-na feia, rústica, e passaram a dizer «chávena». Hoje, toda a classe média urbana e suburbana emprega o termo, confinando a xícara às alfaias das mesas rurais e aristocráticas. Um dia, até dessas desaparecerá…
Permita-me que lhe dê conta do meu conhecimento e admiração por bons autores brasileiros – de Machado de Assis a Guimarães Rosa passando por Lins do Rego. Infelizmente não estou (estamos), deste lado do Atlântico, a par da moderna literatura brasileira, e tendo (tendemos) a tomar como referência o que me (nos) chega a casa dia após dia, ano após ano, via pequeno ecrã. Mea (nostra) culpa…
Não tive mesmo a intenção de apoucar: o meu comentário foi feito com leviandade, mas sem malícia. As minhas desculpas.
Chamarei a atenção do Ciberdúvidas para a sua recomendação.
Muito obrigada.