Não foi possível encontrar fontes impressas que refiram o uso mencionado pelo consulente. Na Internet, as ocorrências são praticamente nulas; no entanto, merece registo um caso talvez ilustrativo da locução em apreço, no contexto de uma discussão à volta do Vitória Sport Clube de Guimarães:
(1) «Aqui também assume que fala “à táxi”. Não conhece, mas a nossa é melhor. É como o nosso centro histórico [Guimarães]. É o mais bonito do mundo, ainda que não se conheça outro.» (comentário do blogue D. Afonso Henriques, 25/08/2010)
Da leitura da frase (1) pode inferir-se que quem fala «à táxi» fala do que «não conhece», ou seja, «falar à táxi» será o mesmo que «falar à toa» ou «dizer o (lhe) que apetece». Como o blogue que faculta o exemplo reúne textos de pessoas que manifestam reiteradamente o seu vínculo à cidade de Guimarães, igualmente é lícito supor que a locução seja efetivamente característica do português que se fala no norte de Portugal. Ainda assim, um único exemplo constitui prova escassa, e o mais prudente será considerar que a frase (1) atesta apenas o uso da locução «falar à táxi» no português de Portugal, sem haver certezas quanto a uma distribuição geográfica mais precisa.