O Dicionário da Língua Portuguesa 2008, da Porto Editora, diz que personalidade é «unidade integrativa de uma pessoa, compreendendo o conjunto das suas características essenciais (inteligência, carácter, temperamento, constituição) e as suas modalidades próprias de comportamento» ou «consciência da unidade e da identidade do eu». Trata-se ainda de «indivíduo que goza de certo prestígio pessoal, moral ou social»; «celebridade; notabilidade»; e «autoridade; sumidade». Por sua vez, carácter é, em psicologia, «maneira habitual e constante de reagir, própria de cada indivíduo»; trata-se também de «índole; temperamento; génio; firmeza; força de ânimo». Assim, o carácter é uma «das características essenciais» da personalidade de qualquer indivíduo.
O Dicionário Eletrônico Houaiss considera personalidade «aquilo que diferencia alguém de todos os demais; qualidade essencial de uma pessoa; identidade pessoal, caráter, originalidade», mas também o «conjunto de características que distingue uma pessoa, um grupo de pessoas, uma nação».
O Dicionário de Termos Médicos, de Manuel Freitas e Costa, edição da Porto Editora, define personalidade como «comportamento ou modo de ser que caracteriza um indivíduo e que o faz distinguir de outro indivíduo»; e acrescenta que «a personalidade pode assumir diferentes facetas específicas, mesmo com aspectos patológicos (asténica, compulsiva, delirante, dependente, depressiva, esquizóide, fóbica, histérica, infantil, obsessiva, paranóica, etc.)». Quanto a carácter, diz que é «aquilo que distingue uma pessoa da outra, que lhe é próprio ou peculiar» ou «o que distingue moral e intelectualmente uma pessoa».
Em conclusão, parece-me que se pode afirmar que o carácter é a característica mais importante da personalidade, ao ponto de, na linguagem do dia-a-dia e em muitos dicionários, se confundirem com alguma frequência. Por outro lado, um indivíduo pode ter bom ou mau carácter, mas a personalidade é forte ou fraca, e nunca boa ou má.
A título de exemplo, Adolfo Hitler possuía uma personalidade forte, mas, em contrapartida, tinha mau carácter; Jesus Cristo, visto apenas como homem, e por aquilo que os livros dizem, tinha uma personalidade fortíssima e possuía um carácter excepcionalmente bom.