É possível, mas não é aceitável, pelo menos na maior parte dos registos em português. Do ponto de vista flexional, todos esses verbos apresentam características morfológicas que permitem o uso dos sufixos flexionais de pessoa, tal como acontece com outros verbos: comer/como, comes, come, etc. — chover/*chovo, *choves, chove, etc.; cantar/canto, cantas, canta, etc. — nevar/*nevo, *nevas, neva, etc.
Note, de qualquer modo, que, pelo menos no Aurélio XXI, se lê que chover é «v. imp., conjugado só na 3.ª pess. sing.; em sentido figurado, porém, pode-se conjugar pessoal e transitivamente». No verbete de gear, existe um apontamento semelhante: trata-se de verbo defectivo só na acepção de «formar-se geada». Em relação a escurecer, não se põe o mesmo problema (cf. Dicionário Houaiss) porque o verbo se usa quer como intransitivo [«escureceu», «as nuvens escureceram(-se)»] quer como transitivo («as nuvens escureceram o céu»).