Segundo a atual terminologia linguística usada no ensino básico e secundário em Portugal (Dicionário Terminológico), a palavra milhar pertence à classe dos nomes comuns.
Não obstante, tradicionalmente algumas gramáticas tendem a incluir o termo milhar na classe dos numerais coletivos, contemplada apenas pela terminologia linguística de 67. É o caso das edições mais antigas da Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, que assinala «Assim se denomina certos numerais que, como os substantivos coletivos, designam um conjunto de pessoas ou coisas. Caracterizam-se, no entanto, por denotar o número de seres rigorosamente exato. É o caso de novena, dezena, década, dúzia, centena, cento, lustro, milhar, milheiro, par». Numa nota na edição mais recente (2015), é referido que as palavras incluídas nos numerais coletivos pertencem atualmente à classe dos nomes comuns (cf. pág. 461).
Recorda-se também que João Peres e Telmo Móia em Áreas Críticas da Língua Portuguesa (1995) parecem igualmente assinalar que palavras como milhar, milhão e dezena são «tradicionalmente classificadas como numerais — são morfologicamente de tipo nominal» (pág. 470).
Note-se, no entanto, que a atual terminologia no ensino do português integra os numerais noutras classes. Os numerais cardinais, multiplicativos e fracionários constituem a atual classe dos quantificadores, pois indicam número, quantidade ou parte de um todo. Os numerais ordinais pertencem à classe dos adjetivos numerais. E os numerais coletivos à classe dos nomes comuns.
Em fontes dicionarísticas, milhar, centena e dezena são classificadas como nomes. Por exemplo, no Dicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa, quando se regista milhar como nome e definido como «um conjunto ou quantidade aproximados de mil pessoas ou coisas com características semelhantes» (exemplo, «milhares de turistas»).