Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Matilde Maria Professora Estagiária de Português Vila Nova de Gaia, Portugal 23K

Na frase «Ontem, comeram o bolo», ou «Ontem, bateram à porta», o sujeito é subentendido (eles comeram/eles bateram) ou sujeito indeterminado.

Grata pela atenção dispensada.

César Pereira Professor Vila Nova de Famalicão, Portugal 3K

Gostava de saber qual a relação que podemos estabelecer entre "atos de fala" e "valores modais". Às vezes, parece que estamos a falar da mesma coisa... Por exemplo, a modalidade deôntica pode apresentar um valor de obrigação -- ideia que coincide com os atos ilocutórios diretivos (que muitas vezes se referem a ordens).

Bernardo Gará Perona Estudante São Paulo, Brasil 4K

Gostaria de saber a função sintática do pronome lhe na frase «ele pediu que lhe fatiassem duzentos gramas de mortadela».

Grato!

Paulo Klush Puim Servidor São Paulo, Brasil 2K

Lemos comumente que o adjunto adverbial modifica verbo, adjetivo e advérbio e que, na ordem direta, se posiciona no fim da frase. Assim sendo, é separado por vírgulas quando posicionado de outro modo.

Mas essa diretiva não se fragiliza quando o adjunto adverbial modifique, não o verbo, mas o adjetivo? Nesses casos, parece-me que a ordem direta e, portanto, também o uso de vírgulas na ordem indireta dependem de uma análise quanto ao posicionamento do adjunto adverbial em relação ao adjetivo.

Pergunto se, no caso abaixo, a ordem direta não seria esta, sendo assim justificável não usar vírgulas:

«A expressão incomum no contexto requer leitura atenta.» (planeja-se que «no contexto» modifique o adjetivo incomum)

Se o raciocínio acima estiver de acordo com a norma, não só seria correto não utilizar vírgulas na construção acima como o uso delas poderia vincular de maneira indesejável o adjunto adverbial a outro termo:

«No contexto, a expressão incomum requer leitura atenta.» (não me parece aqui que o adjunto adverbial modifique incomum, entendo que modifique o verbo).

Muito obrigado desde já.

José Antonio Fernandez Professor e psicólogo Pontevedra, Espanha 4K

 Tenho muitas dúvidas no uso de embora como conjunção concessiva, para traduzir os três casos do espanhol.

O dicionário Porto Editora, que é o que eu uso habitualmente, traduz a conjunção concessiva espanhola aunque por embora, e também por mas ou porém. Estes são os exemplos que coloca o dicionário:

«aunque ˈauŋke conjunção 1. embora [+conjuntivo] aunque llovía a cántaros, fueron al cine embora chovesse a cântaros, foram ao cinema 2.mas, porém no traigo todo, aunque traigo algo não trago tudo, porém trago alguma coisa»

Mas para mim o problema é que em espanhol há três casos de orações concessivas, que não sei como traduzir ao português:

I. O primeiro é o de situações reais habituais, ou seja, ações que acontecem habitualmente assim (no presente), ou aconteciam assim (no passado). Por isso, no exemplo de Porto Editora, em espanhol haveria que traduzir:

- “Aunque llueva a cántaros, van al cine” (realidade que acontece habitualmente, muitas vezes).

- Ou também: “aunque lloviese a cántaros iban al cine” (algo que acontecia muitas vezes no passado)

- Ou também: “ayer, aunque llovió a cántaros, fueron al cine” (algo que aconteceu uma vez no passado)

Nestes casos, em espanhol também se pode expressar com a conjunção adversativa pero (acho que seria a mesma coisa em português com mas):

- “muchas veces llueve a cántaros, pero ellos van al cine” (realidade que acontece habitualmente)

- Ou também: “llovia a cántaros, pero iban al cine” (algo que acontecia muitas vezes no passado)

- Ou também: “ayer llovió a cántaros pero fueron al cine” (algo que aconteceu uma vez no passado).

II. O segundo é o de situações possíveis, ou seja, ações que podem acontecer no futuro ou não: “mañana, aunque llueva/lloviese a cántaros, iríamos al cine

III. O terceiro é uma situação impossível, porque não pode acontecer: “ayer, aunque hubiera/hubiese llovido, no habríamos/hubiéramos ido al cine” (mas ontem não choveu). 

Gostaria de saber como usar nestes casos embora, e também se é possível usar sempre «ainda que».

Ricardo Manuel Carvalho de Bastos Ceramista S. João Lampas, Portugal 2K

Qual a grafia correta e atual do nome que rio que passa por Leiria? Qual o acordo ortográfico que sustenta a designação atual?

Lúcia Donizetti Modesto Professora Guaxupé, Brasil 5K

Gostaria de saber a forma correta do plural da palavra "pólis", pois tenho pesquisado e encontrei as seguintes formas: "póleis", "poleis", "pólis".

Muito obrigada!

Rui Wahnon Tradutor aposentado Colares, Portugal 1K

Diz-se «estar mortinho por» ou «estar mortinho para»?

José Pedro Sousa Controlador de Tráfego Aéreo Lisboa, Portugal 2K

Não querendo, de todo, desafiar Alberto Caeiro ou qualquer outro dos heterónimos de Pessoa, gostaria de (melhor) compreender a regra que permite escrever o seguinte: "O rebanho é os meus pensamentos"

Bem sei que se aplicam regras específicas quando se utilizam nomes colectivos. Porém, aplicando a mesma lógica, peço-vos que me indiquem se os próximos exemplos estão ou não correctos:

«O público é as minhas emoções.»

«A multidão é as minhas reivindicações.»

Grafia de acordo com a norma ortográfica de 1945

Patrícia Silva Assistente Administrativa Amadora, Portugal 1K

Gostaria de saber se é válida ou merece alguma censura a utilização do termo "essenciais" com o significado de "produtos essenciais". Esta utilização é cada vez mais frequente no setor do comércio.

Alguns exemplos:

«Essenciais para carro» (Lidl)

«Essenciais para a escola» (Apple)

«Essenciais para casa» (H&M)

«Lista de essenciais» (Público, Fnac, entre outros).

Obrigado