Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Antero Ferreira Designer e professor universitário Porto, Portugal 1K

O termo lineatura (resolução da trama de impressão) existe e é usado pelo meio referido. No entanto não encontro o termo nos principais dicionários, apenas usado em literatura especializada.

O que vos oferece dizer sobre esta questão, existe? Deve-se usar? De que forma (entre aspas), etc.?

Desde já muito grato.

Evandro Braz Lucio dos Santos Professor Santa Quitéria , Brasil 1K

Na frase «Dona Carlota Joaquina causou muita polêmica ao vir para o Brasil», o termo «Carlota Joaquina» é núcleo do sujeito? Ou aposto especificativo?

O termo «Dona» é núcleo do sujeito ou adjunto adnominal? Qual a classe gramatical da palavra «Dona»?

Obrigado

Pedro Graça Professor Portugal 1K

Como se deve escrever o nome da constelação? "Orion" ou "Orionte"?

Aline Santos Alves Estudante Goiânia, Brasil 980

Tenho tido dificuldades para identificar a força do que se argumenta em um período composto.

Para identificar, é preciso ter em mente o contexto e também identificar os operadores argumentativos, certo?

Duas orações me causaram dúvidas:

«De certo modo, nós alugamos o livro digital, não o adquirimos.»

«Embora não tenha nascido ontem, a era digital ainda é um mundo todo novo.»

Na primeira oração, a força do que se argumenta está no segmento «não o adquirimos»?

Na segunda oração, a força do que se argumenta está no segmento «Embora não tenha nascido ontem»?

Agradeço a atenção.

Roberto Andrade Servidor Público Rio de Janeiro, Brasil 9K

Recentemente estive lendo o Dicionário prático de regência verbal de Celso Pedro Luft (um bom livro!).

Lá, deparei-me com um caso curioso: o verbo combater podendo ter dois "objetos indiretos".

O autor diz que o verbo é transitivo indireto e cita as preposições com, contra, por e a locução prepositiva «a favor de»...

Depois disso, observei uma frase:

«Combati contra José pela liberdade.»

Temos, na frase citada, dois objetos? «Pela liberdade» não dá uma ideia de locução adverbial de causa?

Obs.: A frase [em questão] não foi lida no livro, e sim em um artigo; mas, [apoiado] na visão de Luft, julguei dois objetos indiretos.

Desde já agradeço a enorme atenção que os Senhores sempre tiveram.

Carlos Marinheiro Economista Lisboa, Portugal 1K

Pode dizer-se e escrever-se "formações" com o sentido de mais do que uma ação de formação, ou seja, em vez de «ações de formação»? Eu penso que não, mas gostaria de ter uma opinião mais fundamentada.

Obrigado

Maria Luísa Cordeiro Professora Chaves, Portugal 1K

No vilancete camoniano “Descalça vai para a fonte”, no verso «vai fermosa e não segura», o constituinte «fermosa e segura» é classificado como predicativo do sujeito, o que confundiu os alunos, dado que o verbo ir seleciona complemento oblíquo, como no 1.º verso: «… vai para a fonte».

Agradecia a vossa explicação, porquanto as gramáticas que consultei não foram esclarecedoras.

Laércio Becker Funcionário público Curitiba, Brasil 2K

A ambiguidade da palavra também pode ser explicada sintaticamente?

Partamos da frase: «João foi ao jogo.»

Nela, podemos incluir a palavra “também” com dois sentidos distintos:

1) Também João foi ao jogo = [além de José,] também João foi ao jogo

2) João foi ao jogo, também = João foi [à festa e] ao jogo, também

Sem contar opções mais ambíguas (quanto mais próximo ao verbo, maior a ambiguidade):

3) João também foi ao jogo – mais próxima ao exemplo 1, mas pode gerar ambiguidade

4) João foi também ao jogo – mais próxima ao exemplo 2, mas pode gerar ambiguidade

Todas as gramáticas e dicionários classificam o também como advérbio e adjunto adverbial «de adição» ou «de inclusão». Contudo, é interessante notar que:

a) no exemplo 1, o também adiciona uma informação ao sujeito;

b) no exemplo 2, o também adiciona uma informação ao objeto indireto.

Fenômeno análogo ocorre com o advérbio , embora com diferenças, p.ex.:

1) Só João vai ao jogo = e ninguém mais vai com ele = referente ao sujeito => inequívoco;

2) João só vai ao jogo = (não faz mais nada = referente ao verbo) OU (não vai a mais nenhum lugar = referente ao objeto);

3) João vai só ao jogo = (não vai a mais nenhum lugar = referente ao objeto) OU (vai sozinho = adjetivo);

4) João vai ao jogo, só = (só isso acontece) OU (foi sozinho = adjetivo).

No entanto, no exemplo citado, o fenômeno não acontece com outros advérbios, como sempre e nunca:

– Sempre/nunca João vai ao jogo = João sempre/nunca vai ao jogo = João vai ao jogo, sempre/nunca = é o que ele sempre/nunca faz.

A variedade de sentidos aumenta em frase que usa verbo bitransitivo. P.ex., com também:

1) Também João deu um presente a Maria = outra pessoa também deu = referente ao sujeito;

2) João também deu um presente a Maria = João também fez outras coisas, além de dar um presente = referente ao verbo;

3) João deu também um presente a Maria = João também deu outras coisas, como um abraço = referente ao objeto direto;

4) João deu um presente também a Maria = João deu também a outra pessoa = referente ao objeto indireto;

5) João deu um presente a Maria, também = ambiguidade.

Com :

1) Só João deu um presente a Maria = ninguém mais deu = referente ao sujeito;

2) João só deu um presente a Maria = João só fez isso = referente ao verbo;

3) João deu só um presente a Maria = João deu só um, não dois presentes = referente ao objeto direto;

4) João deu um presente só a Maria = João deu só a Maria, a ninguém mais = referente ao objeto indireto;

5) João deu um presente a Maria, só = forma incomum, truncada

Já com sempre e nunca, o significado antes invariável apresenta agora sutis variações.

Comecemos com o sempre:

1) Sempre João dá um presente a Maria = ambiguidade (sempre ele ou segue o sentido 2);

2) João sempre dá um presente a Maria = sempre faz a mesma coisa = referente ao verbo;

3) João dá sempre um presente a Maria = nunca dá outra coisa = referente ao objeto direto;

4) João dá um presente sempre a Maria = nunca a outra pessoa = referente ao objeto indireto;

5) João dá um presente a Maria, sempre = ambiguidade (segue 2 ou 4).

Agora com nunca:

1) Nunca João dá um presente a Maria = ambiguidade (segue 2 ou, incomum, nunca ele);

2) João nunca dá um presente a Maria = nunca faz isso = referente ao verbo;

3) João [não] dá nunca um presente a Maria = sem o acréscimo do “não” é incomum, com o “não” segue 2;

4) João [não] dá um presente nunca a Maria = incomum, segue 3;

5) João [não] dá um presente a Maria, nunca = segue 3

Apesar disso tudo, continuam todos sendo adjuntos adverbiais (exceto o , que numa das frases acima é adjetivo, como indiquei).

Há alguma explicação sintática para a mudança de sentido conforme sua colocação na frase?

Muito obrigado pela atenção.

Maria Madalena Lopes Professora do ensino secundário Santarém, Portugal 2K

Na frase «ela não nos tinha dito que viria», o pronome nos é um grupo nominal (porque é um pronome) ou um grupo preposicional?

Diogo Morais Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 8K

Uma pergunta genérica clássica, mas para a qual não sei uma resposta ao caso concreto: «cedo de mais» ou «cedo demais»? Inclino-me para o segundo caso, por «demais» poder estar a intensificar «cedo», mas não tenho a certeza.