DÚVIDAS

O adjetivo cheia
Ao resolver uma questão duma prova aferida de treino para o 4.º ano, tive dúvidas na resposta correta, uma vez que alguns alunos deram várias respostas. Na prova, a questão vinha assim: «Lê a seguinte frase: "A cesta vinha cheia de carapaus frescos." Reescreve a frase, colocando o adjetivo no grau superlativo absoluto sintético.» A maioria dos alunos identificou o frescos como sendo o adjetivo e escreveram «fresquíssimos», mas outros tantos identificaram a palavra cheia como sendo o adjetivo. Qual é de facto a classificação morfológica da palavra cheia? E como devia ser reescrita a frase?
Ainda sobre as consoantes mudas
É comum (ao menos no Brasil) chamarem-se «consoantes mudas» àquelas não seguidas de vogal, como o p da palavra helicóptero. Porém, [...] fui alertado para o fato de que consoantes mudas são aquelas que não são pronunciadas, com o c da palavra facto no português europeu. Daí me veio uma dúvida: que nome se dá a consoantes como o p de helicóptero ou o c de caracterizar? Ou seja, consoantes que são efetivamente pronunciadas.
O termo mordorado
Agradecia que explicassem o significado da palavra mordorado, que aparece na novela A Confissão de Lúcio, de Mário de Sá-Carneiro, tanto como adjectivo bem como advérbio, como na frase seguinte: «Entretanto as cadeiras haviam-se deslocado e, agora, o escultor sentava-se junto da Americana. Que belo grupo! Como os dois perfis se casavam bem na mesma sombra esbatidos – duas feras de amor, singulares, perturbadoras, evocando mordoradamente perfumes esfíngicos, luas amarelas, crepúsculos de roxidão. Beleza, perversidade, vício e doença» (cap. I).
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