A forma correta do grau superlativo do adjetivo comum é comuníssimo (cf. Portal da Língua Portuguesa), tal como nos especifica a Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa, Sá da Costa, 2002, p. 259), de Cunha e Cintra, para os casos dos adjetivos «terminados em vogal nasal (representada por -m gráfico) [que] formam o superlativo em -níssimo: comum/comuníssimo».
A proposta apresentada pelo consulente parece ser um paralelo daquilo que acontece com os denominados sufixos z-avaliativos (p. ex.: -zinho, -zito, -zão), casos em que a consoante [z] parece surgir como elemento de ligação entre a forma-base e o sufixo, mas em que, na verdade, temos um tipo de sufixo distinto dos sufixos avaliativos como -inho, -ito, -ão (conforme refere Alina Villalva sobre sufixação avaliativa em Mira Mateus et al., Gramática da Língua Portuguesa, p. 958). A principal diferença entre os dois tipos de sufixos é que os z-avaliativos se associam a palavras (1), enquanto os avaliativos se ligam a radicais (2).
1) livrozito
homenzarrão
sabonetezinho
2) livrinho
rapariguinha
sabonetinho
Feito este paralelo — e deixando de parte questões relativas à flexão de género e de número, à realização da vogal tónica e ao número de silabas — poderia até parecer razoável recorrer a um eventual sufixo z-avaliativo -zíssimo para o caso em questão. Sucede que não encontrámos registo de trabalhos na área da morfologia que atestem a existência desse sufixo para formar o superlativo. Mas, na verdade, Cunha e Cintra, na obra acima citada, atestam a formação do superlativo em -níssimo, para os casos particulares de adjetivos com terminação em nasal.
Refira-se que a produtividade dos falantes de português, em particular dos falantes brasileiros, reflete-se mais na substituição de superlativos sintéticos por aumentativos (ver curtíssimo e curtão neste estudo de O processo de formação de palavras com o sufixo aumentativo -ão).
Assim, embora se veja empregada a forma "comunzíssimo", tal não deverá ser considerado aceitável, mas, sim, um erro gramatical.