DÚVIDAS

A pronúncia do substantivo arresto
Tenho ouvido na televisão, a propósito de notícias sobre casos de arresto, a pronúncia como o e fechado. Ou seja: /arrêsto/. Eu também digo assim, até, julgo eu, para diferenciar a pronúncia da 1.ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo arrestar, que se pronuncia com o e aberto («eu /arrésto/»…). Consultando, no entanto, os dicionários da Academia das Ciências e o mais recente da Porto Editora, a transcrição fonética aí registada do substantivo arresto é com e aberto; logo, /arrésto/. O que diz disto o dr. Peixoto da Fonseca, que eu tanto prezo pelos seus conhecimentos neste campo da fonética? Os meus agradecimentos.
O aportuguesamento da palavra francesa courette
Sou presidente de uma comissão técnica de normalização (CTA 17) que está a elaborar uma norma portuguesa (NP) sobre ventilação mecânica controlada (VMC) para aplicar em edifícios de habitação. Nos trabalhos de instalação de tubagens utiliza-se, em gíria, a palavra "corete" ou "courete" com o sentido de «espaço oco por onde podem passar as tubagens». Esta palavra parece ser o "aportuguesamento" da palavra francesa courette. Todavia, em vários dicionários de francês/português encontro para courette a palavra portuguesa saguão, que não é a mesma coisa, não tem o mesmo significado. Será que existe alguma solução na língua portuguesa que permita usar "corete" ou "courete" com o significado que lhe é dado na gíria das instalações de tubagens? Obrigado.
Narrador não-participante
Coloco estas perguntas porque me parecem pertinentes e que me deixaram francamente em dúvida.   Qual a definição correcta de narrador participante? Quais são realmente os tipos de narradores existentes na língua portuguesa? Estas perguntas surgiram depois de, em conjunto com uma colega, analisar o seguinte texto:«Conheço um menino que gosta muito de animais. Gosta de gatos, cães, periquitos, ratos, eu sei lá... Às vezes chego a pensar que ele gosta de todos os animais.Há tempos esse menino pediu ao pai para lhe dar um cão, um cão grande, de olhos meigos e pêlo macio.— Ó pai, gostava tanto...— Um cão?! Nem pensar nisso! — disse logo o pai. — A casa é pequena e o cão nem tinha espaço para se espreguiçar. Nem penses nisso...Como o menino é realmente muito amigo dos animais acabou por concordar. Pois claro, o animal não podia ser feliz num quinto andar com elevador e vista para a janela do senhor da frente que não tem gato nem cão nem periquito...Mas o gostinho de ter um animal de estimação voltou com mais força e um dia chegou-se à mãe. Falou-lhe de um gato branco pequenino, muito bonito, muito meigo. (...)»a) Uma 1.ª análise leva-me a classificar o narrador como não participante, pois este não participa na acção.b) Após nova abordagem, a palavra conheço chamou-nos a atenção, pois não é ela indicadora de participação na história?Com os melhores desejos de um bom trabalho,
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