Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Acento
João Lanzinha Assistente universitário Portugal 4K

Deve escrever-se “exigencial” ou “exigêncial”?

Conceição Castro Almeida Professora Viana do Castelo, Portugal 3K

Como poderá considerar-se «malfadado» um caso de composição por aglutinação, uma vez que os constituintes mantêm a sua integridade fonológica? Parece ser um processo por justaposição. Peço esclarecimento.

Anabela Martinho Professora Chamusca, Portugal 35K

Venho por este meio pedir que me expliquem por que razão os vocábulos “pêra” e “ananás” no plural não são acentuados. Desde já agradeço a vossa explicação.

Manuel Morais Portugal 2K

De acordo com o ponto n.º 2 da anterior resposta do consultor F. V. P. da Fonseca, a preferência dada à proparoxitonia de "clépsidra" justifica-se por esta acentuação provir do latim, e não do grego, seu étimo base. Também assim o consideram José Pedro Machado, Antônio Geraldo da Cunha e o Dicionário Houaiss, os quais, embora apenas divirjam na datação precisa da entrada do vocábulo no léxico português, são unânimes em que foi no decurso do século XIX que o seu registo foi feito. Disto é exemplo o «Grande Diccionario Portuguez» de Frei Domingos Vieira. Todavia, segundo este autor, "clepsydra" deriva directamente do grego "klepsydra", não dando, por isso, qualquer indicação sobre a presuntiva mediação do latim. Assim sendo, em que lei da história da língua poderemos ancorar o argumento de que o termo em causa foi recebido, não pelo grego, mas por via latina? E se tal fenómeno ocorreu no século XIX, não estaria mais autorizada a voz do Dr. Frei Domingos Vieira?
Muito obrigado, uma vez mais, pelo parecer que houverem por bem dar.

Leandro Fernandes Portugal 4K

Gostaria de saber se a palavra "protagonismo" se deve ler acentuando a 1.ª sílaba, como é comum ouvir. Obrigado e cumprimentos.

Manuel Morais Portugal 5K

No Vocabulário Ortográfico e Remissivo da Língua PortuguesaGonçalves Viana abona a forma "clépsidra", ao passo que o actual Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, embora a registe, sobre ela anota que é uma variante «não preferível de 'clepsidra'». No entanto, Rebelo Gonçalves, no seu ainda inultrapassável Vocabulário da Língua Portuguesa, consigna a acentuação paroxítona, não deixando, porém, de acrescentar que se trata de uma «acentuação consagrada pelo uso: a correcta seria 'clépsidra'».

Posto isto, duas são as minhas questões: 1.ª – Hodiernamente, ainda coexistem as formas proparoxítona e paroxítona,conforme se depreende do constante do Dicionário Houaiss? 2.ª – Em que regra se fundaram Gonçalves Viana e Rebelo Gonçalves, ao reputarem como correcta a forma "clépsidra"?

Antecipadamente grato,

 

N.E. O consulente escreve segundo a norma  ortofráfica de 1945.

Hyeon, Ki Hong Coreia 10K

Gostaria de saber, nos seguintes exemplos com mais de 4 sílabas, se há um acento secundário que, quando houver, faz sobressair a sílaba em que recai em comparação com as sílabas adjacentes, além do acento primário propriamente dito (o acento primário está marcado com ') e em que sílaba é que há este acento secundário;
hospi'tal
orga'nismo
organiza'ção
observa'ção
obriga'ção
origi'nal
originali'dade
ourivesa'ria
obede'cer
afri'cano
econo'mia
orgu'lhoso
oportuni'dade
recon'quista
ocul'tado

Muito obrigado!

Joaquim Barradas Portugal 5K

Refiro-me à resposta dada em Janeiro deste ano, a uma questão a propósito da pronúncia de Jápeto, o titã da Mitologia Clássica Grega, em que, a propósito, foi defendida a pronúncia Úrano para outra personagem daquela Mitologia. Depreendi que essa pronúncia era igualmente recomendada para o planeta do sistema solar. Com todo o respeito, venho apresentar as minhas reservas.
   Sei que esta acentuação e a consequente pronúncia são defendidas igualmente por outros filólogos eminentes e no Vocabulário da Língua Portuguesa de F. Rebelo Gonçalves e na maioria, mas não em todas por conseguinte, das enciclopédias portuguesas.
   Recolhido na minha condição que não escondo, de ignorante em questões etimológicas, pois não sei Grego e o pouco Latim do liceu já o esqueci, apesar disso atrevo-me a questionar tal pronúncia recomendada, pois me parece que contraria o uso corrente que tenho constatado e julgo que o uso corrente não pode ser ignorado e desatendido. Para maior conforto da minha tese, inquiri junto do meio académico, discente e docente, e no profissional e amador astronómico, portanto junto de gente não iletrada nem ignorante, qual a forma oral que utilizam, tendo concluído que é Urano. No muito recente e conceituado Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, igualmente Urano é a forma adoptada.
   Por tudo isto, estranho a defesa de Úrano, pois me parece que não obstante a etimologia deva ser tomada em consideração por respeito ao rigor e às origens, também o uso corrente e geral e a naturalidade e facilidade da pronúncia, devam ser preponderantes e decisivos, prevalecendo sobre os radicalismos etimológicos. Se assim não fosse o Português como qualquer outro idioma, seria uma língua sem evolução, o que sabemos não sucede.
   Acresce ainda que em linguagem corrente exprimimo-nos em Português, para Portugueses vulgares de hoje e não só para os saudosistas do Grego ou do Latim como se falavam há mais de dois mil anos. Defendo em suma, uma linguagem em que as palavras se adaptem às características do idioma e da sua evolução e à facilidade e naturalidade da pronúncia usual. Isto é, que as palavras se pronunciem como na generalidade os nossos contemporâneos as pronunciam naturalmente no seu meio académico e profissional e não conforme eram pronunciadas pelos Gregos ou Romanos. Sei que o exemplo de Úrano/Urano, no que se refere à pronúncia recomendada em relação ao uso e à naturalidade e facilidade de expressão oral, não é único, pois se lhe podem juntar muitos outros, como Éolo/Eolo, Pólux/Polux, Ájax/Ajax, Cíbele/Cibele, embora com menos uso de que Urano. Quem, entre o público em geral, diz Éolo e não Eolo? Se seguíssemos as recomendações de F. Rebelo Gonçalves e não só, como se pronunciaria Íinx? Não ficaria melhor no nosso idioma, Inx ou Inxe, tal como Aquelou ou Aquelo, em vez de Aqueloo, Astianax em vez de Astíniax, Anteros ou Antero em vez de Ânteros, Calais em vez de Cálais, Ceix em vez de Céix, Danae em vez de Dánae, Eunoe em vez de Éunoe, Náusica ou Nausica em vez de Nausícaa, Ogiges em vez de Ógiges, etc, etc.?
   No inquérito que efectuei, uma das respostas que obtive foi Urano na forma oral, por obediência ao uso geral, mas curiosamente a mesma pessoa escreve Úrano por contemporização com a erudição. Por outras palavras, o confronto do uso contra a cultura etimológica e da cultura etimológica contra o uso.
   Porque não confraternizam?
   Por tudo isto não posso conformar-me com a vossa recomendação e peço que me elucidem se a minha posição é de todo inválida, ou se os filólogos e etimologistas estão à espera nestes casos, que o uso seja mais disseminado e incontornável, para só então contemporizarem e deixarem de ser um grupo de excepção.
   Não descortinem por favor quisquer intenções minhas de de questionar a utilidade e a premência das recomendações etimológicas que procuro conhecer por gosto e aprendizagem.
   Apenas defendo que essas recomendações devam atender até com antecipação por previsão, ao uso, à naturalidade e à facilidade da expressão oral.
   Não faltam outros campos de intervenção e de afirmação para os filólogos, nomeadamente tentativas de antecipação ao uso de estrangeirismos que nos inundam e vão continuar a inundar. Serão certamente bem-vindas recomendações, bem difundidas, do aportuguesamento disciplinado desses estrangeirismos ou as sugestões de termos portugueses de substituição. Para tanto, ouvindo sem preconceitos os meios académicos e profissionais das especialidades em causa, para se obterem soluções consensuais.
   Muito grato pela vossa atenção e tembém pela vossa ajuda se entenderem que a mereço.

Antero Monteiro Brasil 21K

Encontro por todo o lado nomes próprios paroxítonos que não respeitam as regras de acentuação de palavras como "pólen", "açúcar", "ónix", etc. Há mesmo entre os consulentes do Ciberdúvidas imensos "Rubens" sem acento e nunca vi que alguém os "admoestasse". Várias vezes os donos de antropónimos do género me asseveraram que não colocam o acento nestas palavras.

Haverá, porventura, alguma excepção que permita não acentuar nomes como "Rúben", "Hamílton", "Hélder", "Óscar", "Félix" e afins?

Aceitem o reconhecimento de um admirador e utente assíduo do Ciberdúvidas.

 

N.E. O consulente escreve segundo a Norma de 1945.

Mónica M. Portugal 5K

Como programadora de software de gestão, vejo-me obrigada a esclarecer certas dúvidas, sobretudo dúvidas sobre ortografia. A palavra rubricas, apesar de esdrúxula, não tem acento no u. O que é feito daquela regra que tantas vezes a professora no ciclo me repetiu? «Todas as palavras esdrúxulas têm acento.»