Os vocábulos que a consulente refere são casos diferentes. Pêra tem, no singular, acento diferencial, ou seja, é acentuada para se distinguir das suas homógrafas; são elas pera, preposição arcaica, hoje substituída por para, e péra, forma arcaica de pedra (ver Rebelo Gonçalves, Vocabulário da Língua Portuguesa, 1966). No plural, não há a necessidade da acentuação distintiva, pelo que peras, que é palavra grave, não leva acento gráfico, como a maioria das palavras portuguesas.
Em relação a ananás, acontece que, por razões etimológicas, a palavra termina em s e, por outro lado, é aguda. Nestas condições, a palavra tem de ser acentuada na última sílaba da forma do singular, de modo a evitar a pronúncia [anânas]. Quando se usa o plural ananases, não se aplica o acento gráfico, porque a forma corresponde a uma palavra grave, e, mais uma vez, como muitas palavras graves, dispensa acento gráfico.