Qual o processo de formação da palavra recém-chegado?
Em francês existem as palavras régulation e réglementation. Mas não vejo tradução exata para as duas em português...
Por exemplo, tendo em conta a falta de regulação e a falta de regulamentação, aceita-se que se use os termos «a-regulação» e «a-regulamentação», respetivamente?
No primeiro caso, pretende-se dizer que o fluxo, o caudal, não foi regulado. No segundo, que não se dotou o sistema de regras, de leis.
Será que a língua portuguesa não é tão subtil como a francesa? Esses termos deviam ficarentre aspas? Seria obrigatória uma nota em rodapé explicativa desses termos? (...)
N. E. – Excecionalmente, não se indica o nome do consulente, que, embora tenha enviado dados de identificação, pediu confidencialidade sobre os mesmos aos editores do Ciberdúvidas.
Como classificamos a palavra vivenda quanto à sua formação? É derivada por sufixação, ou formada por derivação não afixal?
Peço o favor de me esclarecerem como se diz a palavra cício. Encontro em dicionários na Internet com acento agudo na primeira sílaba e, também, sem acento, o que muda completamente a fonética.
Devo dizer cício tal como vício? Ou é cicio tal como titio? Onde fica a sílaba tônica?
Aguardo esclarecimento, que será de grande ajuda.
Grato.
Quando alteramos o género, o número ou o grau de uma palavra (aumentativo, diminutivo), estamos a criar uma nova palavra da mesma família? Já li que ao acrescentarmos o sufixo -inho ou -ito, por exemplo, estaríamos a formar uma nova palavra (derivação), mas também já li o contrário...
Obrigada.
Numa tese de doutoramento em Física da atmosfera li as seguintes frases: «À acumulação de evidências observacionais de uma tendência de subida da temperatura média do planeta ...»; «Após a descrição dos dados observacionais usados para validação dos resultados das simulações histórica e de controlo ...»
Temos em comum nas duas frases a palavra "observacionais", que desconheço existir no léxico da língua portuguesa. Pela leitura das frases, parece-me que o seu autor pretende dizer observados ou observáveis. Face à minha dúvida, pergunto se o termo em causa existe ou até se estamos na presença de um neologismo, ou pelo contrário é uma palavra mal formada e inexistente.
Obrigado pelas vossas explicações.
Ao ler este poema de Amadeu Ferreira dei conta desta parte:
«....Já não precisas de afiar
dias para rebentar fragas de pão
palpa o cheiro que o ar traz nas veias
esquece o acarrejo adormecido em extensas sestas
e acende outeiros infinitos em teus calados olhos
Deixa-te andar
Já te sobram mundos e caminhos
muito calor cresceu nos pousios
suamos nós a carga enfeixemos carreiros
mas tu fica até que
o poial se torne calo...»
Este extrato [é] de um poema [traduzido] do livro Eternidade das Ervas da Editora Âncora tem uma palavra de difícil significado no contexto: o que significa acarrejo?
Este extrato de um poema do livro Eternidade das Ervas [1] da Editora Âncora tem palavras de difícil significado no contexto: acarrejo (verbo acarrejar), "acente" (não encontro). Têm dicionário para saber o significado de "acente", ou é uma corruptela do mirandês?
[1] N. E. – Trata-de de uma obra bilingue (mirandês e português) de Amadeu Ferreira (1950-2015), publicada sob o pseudónimo Fracisco Niebro: L'Eiternidade de las Yerbas/ A Eternidade das Ervas – Poemas (Es)colhidos, Lisboa, Âncora Editora, 2015
Qual é mais correto: aceleração ou aceleramento?
A propósito nomeadamente da sequência em inglês «... determine the most efficient within- and between-model transitions...», coloco a questão de como converter devidamente para o português os adjetivos ''within-model'' e ''between-model''.
Uma hipótese seria «dentro do modelo» e «entre modelos», respetivamente. Mas não é possível usar através do uso dos elementos de composição intra e inter uma outra tradução, possivelmente mais elegante, adjetivando as referidas transições? Analogamente, a expressão «within- and between-sample analyses'» não se poderá traduzir por «análise intra-amostra e análise interamostras»?
Muito obrigado pelo esclarecimento.
Vários especialistas e reputados políticos têm utilizado ultimamente as expressões “ecossistema informático”, “ecossistema económico”, “ecossistema financeiro”, etc. Não sendo filólogo, penso que ecossistema é uma palavra composta, em que o elemento eco derivou da ciência dita ecologia (ramo da biologia). Ora, de acordo com o livro de ecologia mais frequentemente utilizado no ensino em Portugal – Eugene P. Odum. Fundamentos de Ecologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian –, «ecologia é definida como o estudo da relação dos organismos ou grupos de organismos com os seus meios ambientes, ou ciência das inter-relações entre organismos vivos e o seu ambiente».
Assim, afigura-se-me que aqueles ilustres senhores talvez queiram dizer (no caso da economia, informática, etc.) “holossistema”, isto é, um sistema “holístico” – «Holo: elemento grego que exprime a ideia de ‘inteiro’, ‘todo’».
Será, pois, correto dizer, como os políticos da recente ‘vaga’, “ecossistema económico”?
Grato pelo esclarecimento.
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