Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Léxico
Marcos Helena Estudante Lisboa, Portugal 8K

Estava a ler Viagens na minha Terra, de Almeida Garrett, quando me deparo com o seguinte passo (capítulo XXI): «Oh! que imagem eram esses dois [Carlos e Joaninha], no meio daquele vale nu e aberto, à luz das estrelas cintilantes, entre duas linhas de vultos negros [constitucionalistas e realistas], aqui e ali dispersos e luzindo acaso do transiente reflexo que fazia brilhar uma baioneta, um fuzil...» A minha dúvida parte da surpresa que experienciei ao descobrir a palavra transiente, que tinha por inexistente à sombra de transeunte... A etimologia parece-me fácil de remontar: particípio presente do verbo latino transeo, -is, -ire, -i(v)i, -itum («atravessar, ir além de»). O que me espanta é o facto de se haver preservado os dois radicais, quando [o bulício próprio] à língua portuguesa apontariam apenas para a vitória triunfal da forma acusativa transeunte – possivelmente a única que se atesta como nome. Esconde-se aqui alguma outra razão que não esteja a reflectir o seu brilho?

Agradecido.

P. S. – Aproveito para agradecer ao consultor Gonçalo Neves pela sua amável solicitude em responder às questões de fundo clássico com a maior ciência e o maior detalhe. A que diz respeito à voz passiva é, sem dúvida alguma, soberba. A explicação, as citações... Muito agradecido.

Sofia Silva Economista Lisboa, Portugal 17K

Gostaria de saber se está correcto usar o advérbio de modo adicionalmente. Penso que este advérbio mais não é do que um aportuguesamento do advérbio de modo additionally.

Agradeço desde já a vossa disponibilidade.

Reginaldo Cortez Tradutor Luanda, Angola 5K

O que é que quer dizer azáfama?

Adriano Marques Cruz Reformado Paris, França 18K

Podiam dizer-me se em português correto se deve escrever «em regra geral» ou em «regra geral», ou se a utilização de um ou outro depende do contexto?

Muito agradecido.

Nicolas Maia Estudante Rio de Janeiro, Brasil 24K

O uso de x na escrita para indeterminar o gênero de substantivos é uma tendência que se vê em alguns movimentos sociais ligados ao feminismo no Brasil. Não sei se em Portugal ou noutros países lusófonos existe alguma discussão similar.

Um exemplo desta tendência é registrado aqui.

O que me dizem sobre isto?

Obrigado.

Ana Amaral Professora Lisboa, Portugal 12K

Qual é (ou quais são) o(s) aumentativo(s) de gaveta?

Carla Lino Informática Lisboa, Portugal 6K

Gostaria de saber como se pronuncia Saragoça, há uma regra? É razão? É "Saragôça", ou "Saragóça"?

Rui Freitas Professor Almeirim, Portugal 17K

A palavra meia-noite pode ser considerada da família de noite?

Obrigado.

Vicente Martins Professor universitário Sobral, Brasil 19K

No Brasil, temos expressões como «o escambau», «o escambau a quatro» e «(ser) o escambau», registrados no Houaiss. Mas não sabemos a origem da palavra escambau. Alguma pista do seu étimo?

Marcos Helena Estudante Lisboa, Portugal 20K

Dum ponto de vista semântico, o verbo português querer está para os verbos francês vouloir e latino velle, apesar de não estabelecer nenhuma relação etimológica com os dois últimos. A verdade é que querer há de vir de quaerere («perguntar, procurar»). Gostava que me esclarecessem a propósito desta deriva semântica: «perguntar/procurar» – «querer». Também indago se não se atesterá no português medieval qualquer vestígio resiliente de um verbo (suponhamos) "voler".

Agradecido.