Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Fonética
Salomé Pires Engenheira biomédica Coimbra, Portugal 3K

"Catálase" ou "catalase" (enzima que decompõe o peróxido de hidrogénio em água e oxigénio)? Qual a grafia correta?

Obrigado!

Manuel Pinho Sociólogo Braga, Portugal 3K

Qual a pronúncia da palavra pleno? "Plêno"... "pléno"... ou doutra forma?

Obrigado.

Aliston Fernandes Coronel Fabriciano, Brasil 5K

Gostaria de saber qual seria a pronúncia correta das palavras hóquei e handebol, pois pelo menos no Brasil os meios de comunicação costumam pronunciar da mesma forma que se pronuncia no inglês, mas, seguindo a norma da nossa língua, o h não deveria ter som, ou isso varia nos casos de aportuguesamento?

Lino Amoedo Setúbal, Portugal 16K

A palavra bunker é de origem inglesa, ou alemã? Sempre ouvi dizer "bunker" (do alemão Bunker).

Na RTP ouvi "banker" (transcrição fonética do inglês) (?).

Kitoko Domingos Uíge, Angola 12K

Gostaria de compreender o que é a harmonização vocálica e como funciona.

Obrigado pela atenção.

Sérgio Conceição Assistente Técnico Anadia, Portugal 7K

No texto de abertura do passado dia 8 de Abril, fiquei admirado de ter lido que "ôro" é a pronuncia-padrão da palavra ouro. Confessem-me que é uma mentira atrasada do dia 1 de Abril...!

Armando Dias Reformado Lagos, Portugal 7K

Lendo a entrevista do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, ao Diário de Notícias de 2/04 p.p., vejo escrito assim o plural de tuk-tuktuk-tuks: «(...) Veja a regulação dos tuk-tuks (...)»; «Quantos tuk-tuks há em Lisboa?» Fiquei com a dúvida se não é, antes, «os tuk-tuk». Já agora, qual a origem deste nome? E não há forma de o aportuguesar?

Obrigado.

Rui Sousa Estudante Faro, Portugal 11K

Por que motivo não se escreve "fémea"? Sendo esta uma pronúncia bastante comum em Portugal (basta fazer uma pesquisa para encontrar até títulos de notícias de alguns jornais com esta grafia), não se deveria aplicar a regra de usar o acento agudo só com função de marcar a sílaba tónica nesta situação (tal como acontece em quilómetro, termómetro, barómetro, manómetro, cronómetro, etc, em que há variação de pronúncia)?

Alberto Mininho Castinheira Professor Zamora (Espanha), Espanha 16K

A respeito da consulta sobre o fenómeno da chamada troca do /v/ pelo /b/, gostaria de contribuir outro ponto de vista.

A consideração deste fenómeno fonético como "dialectal" vem do facto de isto acontecer actualmente apenas na região norte de Portugal e nos dialectos galegos; no entanto, na maior parte do país e, portanto, no português padrão actual, não acontece. Isto leva à consideração de que são os nortenhos os que «falam esquisito» e se afastam da norma. Mas isto é o mesmo que dizer que a situação "original" do português foi a diferenciação dos fonemas /v/ e /b/. Não obstante, a língua portuguesa tem a sua origem exactamente no território onde actualmente esta diferenciação não existe (Galiza e Norte de Portugal) e talvez nunca existisse. A troca destes sons tem origem no latim vulgar, no qual se produz uma confusão dos fonemas [β], que é um alófono fricativo bilabial de [b] quando intervocálica, e [w], fonema semiconsoante que era escrito <v> ou <u> e pronunciado como o <w> do inglês. Este fenómeno é conhecido como betacismo. A ideia mais estendida é que, perante esta confusão, as línguas românicas tiveram soluções diferentes, uma das quais é a criação duma fricativa labiodental, /v/. Nas línguas galo-românicas ou itálicas parece que foi assim, e às vezes alguns consideram que também aconteceu isto no "português meridional", mas não nos dialectos do Norte.

Acho totalmente errado dizer que isto é influência do espanhol. Mas o caso do português tem de ser necessariamente diferente do do galo-românico, porque esse "português meridional" não é mais do que a evolução duma língua que já se tinha formado no Norte e que ainda hoje não tem o fonema labiodental /v/ (dialectos galegos e dialectos portugueses setentrionais). Portanto, a aparição do fonema /v/ em português parece mais um fenómeno tardio acontecido já dentro da língua portuguesa do que uma evolução directa da situação do latim vulgar, como poderia ter acontecido nas línguas galo-românicas ou itálicas. Portanto, poderia ter acontecido que o verdadeiramente dialectal na origem da língua portuguesa fosse a pronúncia fricativa do /v/, embora se tenha estendido depois desde os dialectos centro-meridionais portugueses, conformando finalmente uma característica do português padrão ou standard. Ninguém possui toda a verdade.

Obrigado.

Rui Mendonça Funchal, Portugal 6K

Esta pergunta é mera curiosidade: por que razão histórica/linguística é que o e, como em «eu e tu», é pronunciado "i"?