Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Sintaxe
Rui Mendonça Portugal 8K

Agradecia que me esclarecesse se a frase seguinte está correcta quanto aos seguintes aspectos:
«Os passaportes eram vendidos por pouco mais de mil dólares, apurou a PJ que acredita ainda que pelo menos quatro indivíduos, de ambos os sexos, estejam ainda a monte.»

1 – «quatro indivíduos, de ambos os sexos» poderá levar a pensar em quatro indivíduos com características dos dois sexos? Pois a ideia que se quer transmitir é: dois rapazes e duas raparigas; ou, um rapaz e três raparigas, etc.
2 – o tempo verbal de «estejam» estará correcto? Ou deverá ser: «estivessem a monte»; «estão a monte»;«estariam a monte»?
Obrigado.

Júlia Marques Professora do ensino secundário Portugal 6K

O mesmo advérbio poderá ser adjunto ou disjunto consoante o contexto? Se os advérbios adjuntos são internos ao grupo verbal e os disjuntos são modificadores de frase, no exemplo «E somos poucos, aqui, não mais de cinquenta» (J. R. Miguéis, Gente de Terceira Classe), o advérbio «aqui» parece-me menos ligado ao verbo do que à frase, tanto mais que está entre vírgulas. Assim, seria disjunto. Por outro lado, segundo a TLEBS, os antigos advérbios de lugar (como é o caso) são adjuntos. O advérbio «talvez», no exemplo «Talvez devesse antes dizer de infortúnio» (ibidem), parece-me adjunto, sobretudo porque o modo conjuntivo é solicitado pelo advérbio. Mas, de acordo com a TLEBS, os tradicionais advérbios de dúvida são disjuntos... Gostaria de obter um esclarecimento.
Grata pela atenção.

M. Borghini Portugal 4K

Por favor, queria que me esclarecessem porque às vezes se encontram pronomes tónicos depois de átonos, por exemplo: «Cabe-me sempre a mim resolver os problemas.»

Isabel Amorim Porto Portugal 7K

Como distinguir um complemento do nome de um modificador restritivo do nome? Por exemplo, na frase «A porta de casa estava aberta», «de casa» é complemento do nome «porta»?

João Lopes Lisboa, Portugal 2K

Gostaria de saber a vossa opinião sobre se a frase que se segue é correcta: «No Alentejo está tudo nevado.» Disseram-me que não se pode dizer assim, é verdade?
Grato,

Margarida Cunha Portugal 9K

Agradecia que me ajudassem a classificar o pronome se no excerto de um texto de Possidónio Cachapa sobre repartições públicas que passo a transcrever:
«Fui recebido num cubículo de 2 × 3 m, onde se amontoavam quatro pessoas. Um deles era, claramente, o líder. Devia ter uns vinte e muitos e, de forma explícita, o seu sonho de se tornar comediante começava a desmoronar-se.»
Poder-se-á considerar o pronome se, nos três casos, um pronome reflexo? Será que, quando acompanha o verbo desmoronar, ele pode ser considerado inerente, uma vez que o verbo pode ser utilizado sem o pronome?
Ainda uma outra questão:
No texto que introduz a dúvida que acabo de expor, deveria ter sido colocada uma vírgula antes do pronome relativo que? Não o fiz por considerar que a oração relativa era restritiva. Estará incorrecto o raciocínio?

Luís Silva Portugal 5K

«Encontro de Tunas da Universidade de Aveiro.»
Ao ver este título, o que é que podemos concluir? Que as tunas são da U.A. ou que o Encontro é que é da U.A.? Podendo assim estar presentes tunas de outros pontos do país?... Ou estarão as duas interpretações correctas?

Manuela Cunha Professora Porto, Portugal 4K

1. Na frase «a caneca de bronze foi a avó quem lha deu», qual é:
– a classificação das orações;
– a análise sintáctica das mesmas.

2. É correcto usar o pronome «que» em vez de «quem»?

Grata pelas ajudas.

Mónica Ferreira Portugal 4K

Agradecendo, desde já, a vossa preciosa ajuda, em questões várias, através das respostas dadas a outros consulentes, peço eu agora, também, e sem querer abusar da vossa paciência, um esclarecimento: a que classes morfológicas pode pertencer a palavra «quanto»? E na frase «Não sei quantos livros já terei lido», em particular? Será um pronome interrogativo ou um pronome relativo? Se é um pronome, que nome substitui? Se não é, talvez seja um determinante interrogativo. Se assim for, como classificamos a oração «(...) quantos livros terei lido»? Tratar-se-á, então, de uma oração subordinada substantiva relativa, ou será uma oração subordinada adjectiva restritiva (se for pronome relativo)? Não poderá ser uma oração subordinada adjectiva interrogativa indirecta (se se tratar de um pronome interrogativo)? Ou não é nada disto?

Elsa Ferreira Viena, Áustria 43K

A dúvida que vos coloco surgiu no âmbito de uma aula de português a estrangeiros e foi colocada pelos alunos.

Quando usamos o verbo ir seguido da preposição a, construção usada para exprimir curta duração temporal de uma acção, algumas vezes fazemos a contracção da preposição com os artigos definidos que a seguem, mas outras vezes não. Ex.:
1– Vou a casa buscar um livro. (e não «Vou à casa buscar um livro»)
2 – Vou ao restaurante. (e não «Vou a restaurante»)

O mesmo sucede com a construção verbo ir seguido da preposição para, usada para exprimir longa duração temporal de uma determinada acção, mas neste caso não se põe a questão da contracção com a preposição, mas a utilização ou não do artigo. Ex.:
1 – Vou para casa (e não «Vou para a casa»; podendo no entanto esta última ser utilizada, se referirmos a quem pertence a casa)
2 – Vou para o quiosque (e não «Vou para quiosque»)

A não contracção/supressão do artigo verifica-se sempre que há um substantivo de género feminino depois da preposição, mas não com todos os substantivos deste género, o que invalida a formulação de uma possível regra que obrigasse a esta alteração no caso de um substantivo ser de género feminino. Ex.:
1 – Vou para a praia.
2 – Vou à praia.

São dois exemplos perfeitamente correctos que contrariam os exemplos dados anteriormente.

Gostaria então, se possível, de saber qual é a regra para a supressão/não contracção do artigo aquando do uso destas construções. Aplica-se só a determinados substantivos que por acaso são de género feminino?
Há uma lista desses substantivos?
Também existem casos com o género masculino?
Muito obrigada!