Obrigada pelas suas palavras simpáticas.
Uma das condições para que possamos estar perante uma conjugação reflexa, ou pronominal, é a exigência de sujeito e pronome estarem na mesma pessoa.
Assim, em «Eu lavo-me», me é um pronome reflexo, porque é a mim mesma que eu lavo. Mas se disser «Eu lavo-te» ou «eu lavo a roupa», o complemento que fica à direita do verbo já não é reflexo, ainda que na primeira das frases seja representado por um pronome, fruto do discurso directo subjacente. De facto, quem eu lavo na frase «eu lavo-te» não é a mim, mas sim à pessoa com quem estou a falar. E se eu disser «Eu lavo-te a roupa», o que eu lavo não é a pessoa com quem estou a falar; o que lavo é a roupa dessa pessoa. Assim, o pronome que segue o verbo nos exemplos dados tem valores diferentes: Escrevendo de novo as frases com que exemplifiquei, teremos:
«Eu lavo-me» – me: pronome reflexo;
«Eu lavo-te» – te: pronome pessoal, complemento directo.
«Eu lavo-te a roupa» –te: pronome pessoal, complemento indirecto.
Analisando agora as expressões em apreço, temos:
«ensinei-te» – te: pronome pessoal, complemento directo
«deu-nos» – nos: pronome pessoal, complemento indirecto (deu alguma coisa a nós)
«convidou-me» – me: pronome pessoal, complemento directo.