Repetidamente se tem afirmado aqui que «ter que ver com» está correcto e «ter a haver com» está errado. Nunca vi, na argumentação, qualquer referência ao latim para consubstanciar essa afirmação. Porquê? O latim não nos pode ajudar aí?
Por outro lado chamo a atenção de que o equivalente em inglês é «this has nothing to DO with that», e em holandês é «dit heeft daar niets mee te MAKEN». Em ambos os casos, os verbos (to do e maken) estão mais próximos do sentido de haver do que de ver, o que pode indiciar que a vossa interpretação pode não estar correcta. Quererão V. Exas. voltar a este assunto?
Gostaria de pedir um esclarecimento sobre a frase seguinte:
«O director dirigiu-se à representante das educadoras do Berçário/Creche perguntando-a, relativamente aos horários, como eram geridos os problemas quando a Creche era gerida pelo AA.»
Houve alguém que me disse que não concordava com «perguntando-a» mas sim perguntando-lhe, mas não me soube clarificar. Qual é a correcta?
Obrigado pelo esclarecimento.
O mestre lusitano Cândido de Figueiredo doutrinava que o verbo tem de anteceder o sujeito quando se trata de orações interrogativas. Segundo o ensinamento que ele abraçava e defendia, a construção legítima é «Poderão as mulheres ser sempre honestas?» e não «As mulheres poderão ser sempre honestas?». Percebe-se hoje a predominância da construção errada (sujeito antes do verbo), ao arrepio do que preconizava o doutíssimo Cândido de Figueiredo. Qual é a vossa opinião?
Muito grato.
Após pesquisar no Ciberdúvidas, não consegui o desejado efeito cibernético.
Se se pretender atribuir um nome a uma entidade pública administrativa nos Açores, com responsabilidades ao nível da execução de uma matéria nacional (isto é, não regionalizada), pergunto: deve ser utilizada a preposição de, ou em?
Exemplifico:
1) Instituto de Gestão da Reinserção Social «dos» Açores;
ou
2) Instituto de Gestão da Reinserção Social «nos» Açores.
Sei que a prática é o caso 1). Mas não será que o contexto requer o tão necessário quanto espinhoso «distinguo»?
O nome do exemplo é imaginado, mas o caso concreto é real. Trata-se de uma entidade com o mesmo nome da entidade ao nível nacional. O que as distinguirá no futuro será precisamente o complemento «Açores».
Se se seguir o que aqui foi escrito, o complemento «Açores», sendo um substantivo, parece que deveria ser qualificado como «determinante». Neste caso, porém, determinante é o facto de o «Instituto» ser da «Reinserção Social». O facto de estar «nos» Açores é meramente circunstancial.
Isto tem mais importância ao nível semântico: se a Reinserção Social não foi regionalizada, a preposição do caso 1) induz o leitor em erro pela sua ambiguidade, pois tem como significação a Reinserção Social pertencer aos Açores, o que do ponto de vista referencial está errado. Já o caso 2) significa que se trata do organismo que gere a Reinserção Social referente aos Açores, isto é, uma mera circunstância acessória ao nome (quem? o Instituto de Gestão; o quê? da Reinserção social; onde? nos Açores).
Do ponto de vista semântico, trata-se de um acto ilocutório com uma declaração assertiva, pois o legislador estará a dar um nome a uma entidade, incluindo o lugar da sua actuação («nos» Açores)
Em suma: no caso que descrevi, não será mais correcto o uso da preposição em?
Em «O bairro de Copacabana é lindo», «de Copacabana» não pode ser uma locução adjetiva, pois tal locução exerce função sintática de aposto especificativo. Seria uma locução substantiva? Alguma gramática apoia esta terminologia? Ou o de desta locução é expletivo dando a sensação de que se trata de uma locução de valor substantivo quando na verdade é uma falsa locução? Digo isto, pois em «O bairro Copacabana é lindo», percebo que o de é desnecessário semântica e sintaticamente.
Apreciarei seus comentários.
Sabemos que o verbo cair é intransitivo, mas como fica a predicação deste verbo em «Ele caiu em desgraça» ou «Ela caiu no sono»?
Embora tenha investigado, continuo com dúvidas em relação aos pronomes clíticos a usar nas seguintes frases.
a) «Digam-nos o que aconteceu. Espero que__________o que aconteceu.»
b) «Traz-me um pão saloio da padaria. Quero que__________um pão saloio da padaria.»
c) «O professor chama-me todos os dias; oxalá ele_________também hoje.»
A fórmula correcta é «induzir a erro», ou «induzir em erro»?
Muito agradecia se me pudessem ajudar.
Quando quero dizer que alguém derrubou algo, é correcto dizer «pôr ao chão» ou «pôr no chão»?
Na frase «Tal pai, tal filho», como classificar morfologicamente tal? Determinante demonstrativo? Locução conjuncional comparativa? Determinante indefinido?
Agradeço os vossos esclarecimentos.
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