Maria Regina Rocha - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Textos publicados pela autora
O verbo <i>arrear</i> e a forma <i>arriar</i>

(...) Utilizada no 4.º programa da 9.ª série do magazine televisivo Cuidado com a Língua!, a expressão «arrear cabo»*, como aí foi grafada, concitou algumas perplexidades: não seria, antes, «arriar [o cabo]»? (...)

* «Arrear (o) cabo» usa-se na linguagem náutico, quando, por exemplo, o mestre de uma rebocador manda libertar ou soltar o cabo amarrado ao cais ou ao navio que está a dar assistência de chegada ou de partida.

Se se quer seguir a norma, deverá utilizar-se o ponto abreviativo a seguir ao número relativo ao numeral ordinal (1.º, 3.ª, 35.º…). Quanto à sigla, inicialmente era utilizado um ponto após cada uma das letras, mas a sigla acabou por se constituir como um processo de formação de palavras, sendo sentida globalmente como uma nova palavra, desaparecendo, pois, o ponto no final de cada letra. (...)

[Sobre esta controvérsia, O ponto é ou não obrigatório para marcar uma abreviação?, ver ainda; «Dizer que é erro escrever "quarta" como "4ª"... é erro, mesmo»O ponto nas reduções dos ordinais, na tradição do português europeu.]

Os cidadãos e a gramática

«É (...) admissível que se faça a distinção entre homens e mulheres, por exemplo, num discurso político, por uma questão de expressividade oratória ("Portuguesas e portugueses", "Cidadãs e cidadãos"...), mas tal não é funcional na generalidade dos discursos e textos. As palavras não têm sexo: na língua, o masculino ou o feminino são, apenas, género gramatical», escreve Maria Regina Rocha, neste artigo dado à estampa no jornal Público deste dia, a propósito da querela suscitada pela iniciativa do Bloco de Esquerda para a mudança, em Portugal, da denominação do cartão do cidadão.

Um ensino por metas

Em jeito de resposta a questões levantadas sobre a exequibilidade dos Programas e Metas Curriculares que, em Portugal, desde o ano letivo de 2015/2016, estão em vigor na disciplina de Português dos ensinos básico e secundário, Maria Regina Rocha, coautora dos referidos documentos (consultar aqui e aqui), sublinha a importância da definição de metas como forma de conferir maior objetividade à avaliação dos alunos por parte de professores e encarregados de educação. Artigo dado à estampa no jornal Público em 12/04/2016 (texto escrito conforme a norma ortográfica de 1945).

O feminino da palavra <i>bispo</i>

A propósito da recente nomeação de uma mulher para ocupar o cargo de bispo na Igreja Anglicana, na Inglaterra, levantou-se o problema da sua designação em português: a episcopisa ou a bispa?