Maria João Matos - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Maria João Matos
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Maria João Matos, professora de Português do ensino secundário, licenciada em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa.

 
Textos publicados pela autora

Quando, na oralidade, exageradamente se pronunciam determinados sons, chamamos a isso um preciosismo – uma forma exagerada de pronúncia. Mais ou menos tolerados, tais preciosismos chegam a entrar no domínio do erro e, nalguns casos, do ridículo.
     Já sobejas vezes neste sítio se tem chamado a atenção para a pronúncia de determinadas palavras, como ministro ou ...

Ténis é um exemplo de palavra que surge por extensão de um determinado conceito.
     Do desporto (o ténis) e dos sapatos próprios para o praticar (sapatos de ténis), a palavra estendeu-se aos sapatos que servem para praticar desporto em geral, a que normalmente chamamos "ténis".
     Portanto, quando dizemos «tenho uns ténis novos», no fundo estamos a omitir uma parte da expressão «tenho uns (sapatos de) ténis novos». O mesmo acon...

A infanta Leonor de Espanha nasceu com 3 540 g (por extenso, três mil quinhentos e quarenta gramas).

     O locutor de serviço, na RTP, ao transmitir a notícia, contornou airosamente a leitura do peso, não fosse o diabo tecê-las, e arredondou-o para 3,5 quilos. Já a repórter que nos falava de Madrid foi menos cautelosa… e lá vieram as quinhentas gramas…

     Pois é, à semelhança das outras unidades de medida, como ...

A praga do «é suposto»

Aos poucos, a moda do «é suposto» instalou-se. Não deixa de ser curioso verificarmos a rapidez com que se tem propagado esta expressão, cópia da construção inglesa «it’s supposed». Uma verdadeira praga! (...)

Não estou a fazer nem a apologia nem a condenação do calão. Ele faz parte da língua. Aliás, ele faz parte da riqueza e da expressividade da língua. Quem nunca se socorreu do calão no momento certo, atire a primeira pedra!

Há até subterfúgios para o utilizar – melhor dizendo, sugerir – em locais inapropriados para o seu uso. «Diga arroz, que também tem dois erres», costumava ouvir-se na emergência de uma situação em que o calão se justificaria como válvul...