«As diferenças entre línguas – escreve nesta crónica* o professor universitário e tradutor português Marco Neves – picam a criatividade humana de maneira diferente. Só para dar um exemplo muito nosso: Camões nunca teria escrito Os Lusíadas noutra língua, pois o ritmo, o vocabulário e as rimas da nossa língua levaram-no por certos caminhos. No fim, criada a obra, pôde ser traduzida para as outras línguas. É apenas um exemplo, mas um exemplo que mostra como a diversidade linguística enriquece todas as culturas, através da faísca criativa do contacto entre línguas — e ainda através da tradução, que traz obras criadas numa língua, com a sua maneira de levar os falantes a dizer certas coisas, para as outras línguas. (...)»