v - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
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Textos publicados pelo autor
Almanaque da Língua Portuguesa
Uma coletânea de curiosidades da língua
Por Marco Neves

O Almanaque da Língua Portuguesa, a mais recente publicação do professor universitário e tradutor Marco Neves (das Edições Guerra e Paz), faz jus ao seu título. Um almanaque é, tradicionalmente, uma publicação de cariz anual que reúne itens muito diversificados associados a um calendário. Quem não se recorda do quase secular Borda d’Água com a sua compilação de pequenos textos da tradição (das adivinhas aos provérbios, entre tantas outras rubricas) e o seu calendário que aponta tanto as fases da lua, como festas e feriados, sem esquecer as preciosas indicações para as atividades agrícolas?

Almanaque da Língua Portuguesa propõe uma remodelação do conceito de almanaque, centrando-se, como o próprio nome assinala, na língua (e também na literatura) portuguesa. A publicação organiza-se segundo os meses do ano, 12 capítulos a que se juntam outros 4 dedicados às estações do ano e ainda um alusivo à passagem do ano (capítulo de abertura) e outro ao fim de ano (capítulo conclusivo). Em cada um dos doze capítulos principais, encontramos uma citação que inclui o nome do mês em questão, a explicação da origem do nome desse mesmo mês, um calendário com efemérides ligadas à literatura ou à história de um país de língua oficial portuguesa e a rubrica «Sabias que…», com curiosidades linguísticas. Em cada mês, o autor apresenta igualmente uma secção que trata dúvidas de natureza linguística, como a questão do uso do artigo com topónimos, a origem do português ou curiosidades como «Que animais se escondem na língua?» ou «Quem inventou as letras?» A obra inclui ainda a rubr...

Discurso Académico
Uma área disciplinar em construção
Por Fausto Caels, Luís Filipe Barbeiro, e Joana Vieira Santos (orgs.)

A obra Discurso Académico: uma área disciplinar em construção, com organização de Fausto Caels, Luís Filipe Barbeiro Joana Vieira Santos (uma edição digital CELGA-ILTEC e Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, Politécnico de Leiria, disponível aqui) reúne um conjunto de artigos selecionados do I Encontro Nacional sobre Discurso Académico (ENDA 1), que teve lugar em Leiria, em setembro de 2018.

Trata-se de uma obra que pretende contribuir para a delimitação de uma disciplina de investigação, o discurso académico, tal como, em artigo inaugural, explica Carlos A. M. Gouveia, num texto onde caracteriza, delimita e apresenta questões basilares para esta área de estudos, que, inserindo-se no âmbito da linguística aplicada, incide sobre todos os níveis de ensino da língua, do básico ao superior. O enquadramento e a necessidade desta disciplina ficam bem claros nas palavras do linguista: «um dado fundamental do discurso académico e da investigação do discurso académico é a questão do desenvolvimento da literacia. Ou seja, a investigação do discurso académico faz-se para se tentar perceber efetivamente que realidade é esta e como mapeá-la, descrevê-la e cartografá-la, mas desse faz...

Novo Vocabulário Ortográfico – Com Prontuário Anexo
Conciliador do Acordo de 1990 com a norma de 1945
Por D'Silvas Filho

É conhecida a posição do autor em conciliar  as duas normas  ortográficas da língua  portuguesa – a que se encontra oficialmente em vigor em Portugal (e no Brasil e em Cabo Verde) e a de 1945. É o que o  levou à publicação deste Novo Vocabulário Ortográfico –com Prontuário Anexo, sob a chancela da editora Guerra & Paz:

«[Nesta obra] aproveita[-se] o que o AO90 tem de positivo e mantém [-se] o que da equilibrada norma de 1945 pode ou deve conservar-se, tendo em consideração o Vocabulário Comum (VOC) que deveria ter sido previamente realizado:

– Procura ser conciliador, n...

ABC da Tradução
Por Marco Neves

Um livro* utilíssimo, com a vantagem de se ler num ápice, não só porque é um pequeno volume, mas também  – sobretudo – porque o estilo coloquial de Marco Neves tem uma ação pedagógica notável.

De estrutura ternária, este livro apresenta uma introdução de A a Z, que identifica sucintamente os principais temas e preocupações do trabalho de tradutor. Passa depois, na segunda parte, à descrição dos recursos, das ferramentas e das tarefas que constituem esta atividade, ao mesmo tempo que distingue os seus diferentes atores, dos tradutores aos gestores de projeto, não esquecendo quem faz revisão. A terceira secção, mais extensa, é dedicada às muitas armadilhas linguísticas que podem causar dissabores, embora muitas tenham de ser relativizadas como ónus natural da tradução.

O estilo de escrita é, sem dúvida, uma vantagem. É que, não sendo a exposição propriamente esquemática, a discussão das funções, das ferramentas e dos problemas é sempre feita quase em discurso direto, como se o autor estivesse presente e disposto a ajudar os leitores. A intenção é iminentemente prática; mas a linguagem utilizada e, ao longo do texto, a maneira como não se desiste de encontrar o lado acessível  do que é complicado conseguem cativar quem lê e quer perceber.

Em síntese, uma obra essencial para profissionais e leigos – e também dirigido a quem emite juízos apressados sobre traduções e legendagem, para aprender a moderar instintos de crítica infundada.

* Edição da Guerra & Paz

 
 

Cf. 

Porto, Profissões (quase) Desaparecidas
Por Germano Silva

«Quem merca penca ou tronchuda!», «Olha o Notícias, já traz o crime!»,  «D'agora viva...! É do nosso mar!, Ó freguesa, não quer levar?»  são alguns do inúmeros pregões de uma série de profissões e ofícios que povoaram o Porto, «cidade do capital do trabalho», como escreve o jornalista Germano Silva, na  Introdução deste seu novo livro  Porto, Profissões (quase) Desaparecidas, sob a chancela da Porto Editora:

«No Porto de outros tempos os pregões reboavam pelas ruas, pintando um quadro típico da azáfama da cidade. Muitos conhecem o epíteto "Porto, capital do trabalho", poucos conhecerão os ofícios que lhe deram origem...

Este meu livro relembra e dá a conhecer alguns dos ofícios que ocupavam as gentes do Porto, uns entretanto desaparecidos, outros adaptados aos tempos modernos. A todos pretende render homenagem.

Nestas páginas, o leitor vai também descobrir porque é que as carquejeiras merecem uma estátua, que truques usavam as leiteiras para rentabilizar o negócio, ou porque é que os moleiros eram mal vistos pela Igreja. Estas e muitas outras curiosidades de ofícios desconhecidos ou quase desaparecidos que fazem parte da história da cidade.»

São 33 os ofícios, uns já «desaparecidos, outros adaptados aos tempos modernos», como os descreve o autor, com a devida fundamentação histórica  e do seu contexto social, para o que muito co...