Pergunta:
Como distinguir "áfeta" (a bolha dolorosa na boca), que na linguagem de governo e tutelados passa a ser "afeta", de "afecta" (que passa a ser "afeta)?
Mais ainda, como interpretar o grito «Ninguém pára o Benfica», por exemplo, que, na linguagem de governo e tutelados passa a ser «ninguém para o Benfica»?
Agradeço a atenção.
Resposta:
O consulente começa por laborar num erro de monta: não é nem nunca se escreveu "áfeta", mas, sim, afta.
Afta – na definição do Dicionário Houaiss: «pequena ulceração superficial dolorosa, observada ger. na mucosa bucal e mais raramente na mucosa genital, de causa desconhecida, com recidivas atribuídas a vírus ou fungos, desequilíbrio hormonal, problemas alimentares ou estresse, podendo apresentar-se isolada ou associada a doenças sistêmicas» – tem origem no latim āphtae, ārum, «aftas, úlceras da boca». Derivou do grego áphtha, que alternava com áphthē, ēs, «"afta, úlcera bucal", e este este do verbo háptō "queimar, acender" [...]» (ibidem).
Já agora: mesmo que fosse "áfeta", nunca seria verdadeiramente homógrafa de afeta ("afecta", antes do Acordo Ortográfico).
Quanto aos restantes exemplos, esses, de facto, alterados com a nova reforma, como já por diversas vezes foi esclarecido – por exemplo, aqui –, eles corres...