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Locuções inexistentes: «não excluso que» e «incluso que»
Pergunta: Há como me informar se há registros em algum dicionário, gramática ou mesmo Corpus do português, das locuções «não excluso que» e «incluso que» enquanto conjunções explicativas?
Vi essa informação em um livro não tão antigo (A palavra que, 1961) de Arlindo de Sousa, sem, aliás, abonar nenhum exemplo.
ObrigadoResposta: Após consultar cerca de 50 livros de gramática e quejandos dos séculos XIX, XX e XXI, oito dicionários de língua portuguesa dos séculos XIX e XX, e todo o...
A palavra brasiliano(a)
Pergunta: Quero saber se a palavra brasiliano(a) já fez ou ainda faz parte do idioma português padrão, se é um arcaísmo ou se é um decalque do inglês Brazilian.
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!Resposta: Segundo os dicionários Aurélio, Houaiss, Michaelis e Aulete, a palavra brasileiro tem por sinônima a palavra brasiliano (e outras).
Nenhum desses dicionários diz ser um arcaísmo ou decalque (Houaiss menciona que o primeiro registro dessa...
A construção «outra coisa que não seja»
Pergunta: Seria correto classificar o vocábulo que no contexto abaixo como advérbio de exclusão equivalendo a só, somente?
«Não estuda outra coisa que geografia.»Resposta: Antes de responder propriamente à questão, é interessante compartilhar aqui o que se encontra na p. 219 do Dicionário de Questões Vernáculas, de Napoleão M. de Almeida.
Sob o verbete "outro que não", entende o gramático ser canhestra a tradução de "other than", que costuma...
O uso de passante
Pergunta: É lícito, do ponto de vista da gramática normativa, construções utilizando o vocábulo passante como nos casos abaixo?
«Passante o mês de dezembro, irei te visitar.»
«Passante aquela montanha, encontra-se minha casa.»Resposta: No português contemporâneo, a preposição acidental passante (equivalente a após ou «depois de») não é mais produtiva, de modo que entrou no grupo de construções arcaicas em qualquer frase semelhante às trazidas pelo...
Estilo: a repetição de que
Pergunta: Gostaria de saber como tornar a expressão popular «que o que» mais usual ou formal.
Geralmente, no meu ponto de vista, é uma marca de oralidade, como em: «Eu achava que o que ele fazia era errado» ou «Como eu queria que o que eu desejei acontecesse».
Durante conversas eu não me sinto incomodado, mas quando preciso escrever isso em uma carta ou documento, acho estranho e informal. Caso existam equivalentes na língua portuguesa ou uma maneira de tornar a frase esteticamente melhor, eu ficaria muito feliz em...
