Pergunta:
Recentemente, no Brasil, vi a seguinte grafia (com hífen) da palavra franco-atirador no jornal Folha de São Paulo, de grande circulação nacional: «O cabo Clay Hunt havia sido um franco-atirador no batalhão. Depois de ter saído do Corpo de Fuzileiros Navais em 2009, depois de uma segunda participação, seu desencanto com a guerra cresceu, e ele procurou tratamento no Departamento de Assuntos de Veteranos (DAV), para combater a depressão e o transtorno de estresse pós-traumático que sofria» (23/09/2015). Acontece que a Academia Brasileira de Letras, em Encarte de Correções e Aditamentos à 5.ª edição, diz que deve ser grafada assim a palavra: "francoatirador", portanto, sem hífen. Como Portugal lida com esta hesitação na grafia da referida palavra?
Resposta:
Deve haver engano por parte do consulente, porque é o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da Academia Brasileira de Letras (ABL), na sua 5.ª edição em versão impressa (datada de 2009), que regista "francoatirador", forma sem hífen. O referido encarte é que posteriormente veio corrigir essa entrada, restituindo-lhe o hífen: franco-atirador. É também com hífen que a palavra aparece atualmente na pesquisa da versão em linha do VOLP da ABL.
O lapso da versão em papel do VOLP da ABL parece ter tido consequências em Portugal: com efeito, a Porto Editora apresenta "francoatirador" como nova grafia no seu dicionário de língua portuguesa, mas o seu vocabulário ortográfico consigna a forma correta, franco-atirador. Acrescente-se que esta é também grafia fixada noutro vocabulário ortográfico, no Vocabulário Ortográfico Atualizado da Língua Portuguesa (Academia das Ciências de Lisboa). No Vocabulário Ortográfico do Português (Portal da Língua) e no Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (Instituto Internacional da Língua Portuguesa), não ocorre franco-atirador, mas regista-se