Pergunta:
A questão foi levantada no ano 2000, por outro consulente, mas ciente das variações da língua ao longo do tempo, pergunto, novamente, se: haverá alguma diferença de sentido entre ex-ministro e «antigo ministro»?
Ao responder à consulta, argumentava-se que a tendência actual é de empregar o elemento ex- seguido do substantivo, de preferência ao uso do adjectivo antigo. Contudo, faltará dilucidar se esta tendência tem respaldo de alguma justificação semântica mais substantiva. E, se, entretanto, a tendência se terá invertido.
O consulente segue a norma ortográfica de 1945.
Resposta:
A forma prefixada por ex- e a construção adjetival com antigo continuam a configurar expressões sinónimas, como expôs Teresa Álvares há mais de 20 anos e como se pode exemplificar nos usos atestados por uma notícia do arquivo do Ciberdúvidas.
O prefixo ex- equivale semanticamente a antigo, como se infere do seguinte comentário associado à entrada ex- da Infopédia: «[Ex- é] prefixo que exprime a ideia de movimento para fora, separação, extração, afastamento e significa aquilo que alguém foi mas já não é, quando seguido de nome que indique estado ou profissão e esteja a ele ligado por hífen.»
Quanto a antigo, conta este adjetivo, entre as suas aceções, a de «que teve em tempo anterior um lugar que já não ocupa», significado, portanto, comum a "ex-" (ibidem).