Pergunta:
Na oralidade é comum usar o artigo no plural antes do nome de grupos musicais de rock, pop e outros estilos populares urbanos. Dizemos «os Deolinda», «os Xutos e Pontapés», «os GNR», «os Queen» ou «os U2», por exemplo, em referência àqueles grupos musicais.
Todavia não dizemos "os Orquestra Gulbenkian" ou "os Banda Sinfónica Portuguesa" ou "os quinteto de Mário Laginha" (esta seria muito má...) ou "os Rancho Folclórico do Cartaxo" (não sei se existe) ou "os Tuna Universitária de Aveiro".
Porque é que isto acontece? Penso que num texto escrito não é admissível usar as primeiras formulações, ou é?
Resposta:
Examinando o corpus que o consulente reuniu, ver-se-á que no primeiro caso há apenas o nome próprio do grupo*, enquanto na segunda série há sempre um nome classificador – orquestra, banda, quinteto, rancho e tuna – antes do nome individualizador, situação que obriga a que o artigo concorde com essa primeira expressão.
A segunda série de exemplos incluída na pergunta corresponde a casos de nomes próprios de base descritiva, que são muito frequentes também na denominação de «instituições, organizações, monumentos, marcas, eventos, e também [...] lugares, incluindo ruas, avenidas e entidades geográficas naturais, como rios, lagos e montanhas», como se escreve na Gramática do Português (Fundação C. Gulbenkian, 2013-202, p. 1002), onde se acrescenta: «São exemplos, Museu Nacional de Arte Antiga, Casa Branca, Academia Militar, Museu do Louvre, Torre Eiffel, Mar de Azov, Lago Léman, Avenida da Liberdade, [...] Rio da Prata.»
* N....