Pergunta:
No texto de 1 Coríntios 13, verso 1, está escrito:
«Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.»
Analisando exclusivamente o texto bíblico acima, ele informa que existem duas formas de a pessoa falar várias línguas: o indivíduo pode aprender idiomas estudando ou pode ser poliglota por inspiração do Espírito Santo, daí as expressões "dos homens/dos anjos". A conduta é a mesma: falar idiomas, mas a fonte de aprendizado é diversa; no primeiro caso o conhecimento é adquirido pelo estudo, no outro ela fala línguas influenciada espiritualmente pelo Espírito de Deus.
Então pergunto: qual a figura de linguagem que foi utilizada pelo autor?
Obs: desculpem a forma que vou falar a seguir, mas é importante destacar que meu interesse é puramente gramatical, sem viés religioso nenhum. O problema é que quando a gente pergunta a religiosos ou eles não sabem, ou respondem ideologicamente.
Mais uma vez desculpem minha forma de expor o tema.
Obrigado!
Resposta:
À partida, e considerando apenas a frase apresentada, poderemos considerar que estamos perante uma antítese, figura que associa dois termos que contrastam entre si. Se considerarmos que as expressões «línguas dos homens» e «línguas dos anjos» designam duas realidades que são contrastivas / opostas, é possível assinalar a presença deste recurso.
A considerarmos que estas línguas referidas poderiam ser designadas por um nome próprio (que desconheço), seria possível considerar as expressões «línguas dos homens» e «línguas dos anjos» como um tipo de antonomásia, uma vez que se substituiria o nome próprio por um nome comum com um propósito descritivo e explicativo. Neste quadro, seria possível também considerar que se trataria de uma perífrase, uma vez que se refere uma realidade com recurso a uma expressão mais longa que substitui uma mais curta.
Disponha sempre!