Pergunta:
Há certo tempo, enquanto editava na Wikipédia, me deparei com um problema bem espinhoso no que diz respeito ao nome de determinados reis escandinavos. Dado que é comum ao português, de ambas as partes do Atlântico, aportuguesar os nomes de nobres, ao menos anteriores ao século XIX, pensei que deveria haver fontes para todos eles, ou sua grande maioria. Daí que queria saber a respeito destes:
Halsten – havia sugerido "Alsteno", ou até quem sabe "Halsteno";
Haakon – para os inúmeros monarcas deste nome achei a forma adaptada "Haquino", que, pelo que entendi, advém do latim Haquinus, no entanto, dado o número restrito de resultados, seria necessário algo mais sólido para afirmar;
Ragnvald – um editor sugeriu Reginaldo;
Birger – vi um editor sugerir "Brigério", provavelmente em associação com o caso similar do Berenguer, que se torna Berengário em português;
Gorm – aqui havia sugerido "Gormo";
Eystein – achei referências à forma Agostinho, porém, por também serem poucas, seria necessário algo mais sólido.
Resposta:
Efetivamente não se encontra tradição de forma portuguesa para os nomes apresentados pelo consulente.
Ao contrário do que se verifica em relação a nomes de monarcas franceses (Louis XVI = Luís XVI), ingleses (Elizabeth II = Isabel II), alemães (Wilhelm II = Guilherme II) – e até russos (Николай II = Nicolau II) –, nem todos os reis escandinavos são referidos com nomes portugueses ou aportuguesados. Por exemplo, o atual rei da Suécia, de seu nome sueco Carl XII Gustav, é conhecido em português como Carlos Gustavo; mas o rei norueguês Haakon VII (1872-1957) é geralmente referido pelo nome escandinavo em vez de ser identificado pela forma portuguesa Haquino, que é proposta, por exemplo, num artigo da Wikipédia. No caso dos nomes em questão, mantêm-se as formas originais escandinavas (ver, por exemplo, Birger e Haakon no Dicionário Prático Ilustrado, Porto, Lello e Irmão Editores, 1959).