Ana Martins - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Ana Martins
Ana Martins
50K

Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Portugueses, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e licenciada em Línguas Modernas – Estudos Anglo-Americanos, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Mestra e doutora em Linguística Portuguesa, desenvolveu projeto de pós-doutoramento em aquisição de L2 dedicado ao estudo de processos de retextualização para fins de produção de materiais de ensino em PL2 – tais como  A Textualização da Viagem: Relato vs. Enunciação, Uma Abordagem Enunciativa (2010), Gramática Aplicada - Língua Portuguesa – 3.º Ciclo do Ensino Básico (2011) e de versões adaptadas de clássicos da literatura portuguesa para aprendentes de Português-Língua Estrangeira.Também é autora de adaptações de obras literárias portuguesas para estrangeiros: Amor de Perdição, PeregrinaçãoA Cidade e as Serras. É ainda autora da coleção Contos com Nível, um conjunto de volumes de contos originais, cada um destinado a um nível de proficiência. Consultora do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa e responsável da Ciberescola da Língua Portuguesa

 
Textos publicados pela autora

Presidenta, como quer que lhe chamem a presinte da Fundação José Saramago, ou  "a" presidente? Maestrina ou "a" maestro? E como chamar às mulheres poetas? Uma reflexão de Ana Martins, na sua coluna "ver como se diz", no semanário "Sol" de 2 de Agosto de 2008.

 

«Não mudo nem uma vírgula», isto é, «reitero o que disse sem condescender numa alteração mínima que seja». Cá está outro sinal de que vírgula é frequentemente subestimada.

Veja-se este fragmento de uma notícia, sobre mais um caso revoltante de agressões brutais a crianças: «A mãe do menino, com dois anos de idade, foi igualmente punida (…)» (Público, 3/07/08). (...)

Do Brasil, onde o asseio no uso da língua é discutido vivamente na imprensa, chegam-nos colectâneas de artigos sobre questões de gramática e norma. Em Mal Comportadas Línguas, de Sírio Possenti (Criar Edições, Curitiba, 2000), o autor revela o excesso de zelo na correcção de um cartaz político: o texto do cartaz não tinha pontuação e a revista Veja chamou o (célebre) professor Pasquale para o pontuar, assim:

CHEGA DE BATE-BOCA!

CHEGA DE INSEGURANÇA!

GOVERNADOR COVAS,

VAMOS SALVAR SÃO PAULO!

Pergunta:

À luz da TLEBS 2004, o vocábulo amor-perfeito passou a ser uma palavra lexicalizada, logo simples. Tendo em conta isto, os vocábulos guarda-marinha e pescado-real são palavras simples ou palavras formadas por composição morfossintáctica?

Já agora pescado- real, trata-se de um nome + adjectivo ou de um verbo (particípio passado) + adjectivo?


Resposta:

1. Tomemos em consideração a TLEBS revista, que é o documento normativo em vigor desde Janeiro de 2008.

São palavras simples as formadas apenas por um radical.

São palavras complexas as palavras formadas por derivação ou composição.

Amor-perfeito é uma palavra complexa, formada por composição morfossintáctica. O mesmo se aplica a guarda-marinha e pescado-real.

2. Pescado pode ser adje{#c|}tivo e pode ser nome:«pescado adj. que se pescou;s.m.(...) qualquer coisa que se pesca (...)» (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).

Em pescado-real, pescado é constituinte morfológico do nome pescado-real.


Foi notícia em Março do ano passado: o Governo português destinou 9 milhões de euros para o relançamento do Algarve como destino turístico, com a transmutação do Algarve em "Allgarve".

O Verão está à porta e quem tencionar passar férias no Algarve terá de consultar a página do… "Allgarve": http://www.allgarve.pt/. O texto que aí se encontra sob o tópico «O que é o Allgarve» é aterrador. Não falo de falhas triviais (gravosas todavia) n...