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Revista da Associação Portuguesa de Linguística (2019)

Número temático sobre Avaliar Aprendizagens Gramaticais na Escola

Revista da Associação Portuguesa de Linguística (2019)
Autor(es) APL
Edição APL , 2019

A Associação Portuguesa de Linguística lançou no final de 2019 a sua primeira revista temática, subordinada ao tema Avaliar Aprendizagens Gramaticais na Escola. Trata-se de uma edição virtual organizada por Ana Luísa Costa e Sónia Rodrigues Valente, disponível em linha na página digital  da APL.

A revista inclui nove artigos de diferentes especialistas, que abordam diferentes temáticas relacionadas com avaliação em geral e, em particular, com a didática e a avaliação de aspetos linguísticos.

Dos artigos disponíveis, destacamos o texto de abertura, de autoria de Emília Amor, intitulado «Avaliação e textualidade – contributos para a elaboração de dispositivos de construção e análise de instrumentos de avaliação». Este artigo centra-se no aspeto da construção de enunciados de avaliação usados em fichas e testes e identifica problemas, sugere opções e propõe correções para formulações problemáticas.

João Paulo Leal, por seu turno, aborda a questão dos «Exames nacionais: a influência de pequenos factores», refletindo sobre a influência determinante nos exames nacionais e provas de avaliação da cotação atribuída a cada questão. Sabendo que, habitualmente, se atribui maior cotação às questões de maior complexidade e menor cotação às questões consideradas mais acessíveis, o autor estuda a influência de uma redistribuição de cotações na classificação final das provas.

O «Conhecimento gramatical avaliado à saída da escolaridade obrigatória: uma análise de exames nacionais do ensino secundário» é o objeto de estudo de Sónia Valente Rodrigues, que identifica um conjunto de itens gramaticais frequentemente avaliados em exame nacional e comprova que as instruções-padrão que lhes são associadas não indicam à partida o grau de dificuldade da questão.  Por meio da comparação de enunciados de diferentes exames, a autora mostra que o grau de dificuldade das questões fica claramente dependente dos enunciados a analisar e das tarefas a desenvolver para formular a resposta. Comprova-se, ainda, que os conhecimentos avaliados nestes instrumentos oficiais não correspondem exclusivamente ao conhecimento explícito gramatical, constante dos documentos oficiais, pois as perguntas envolvem também tarefas relacionadas com a consciência linguística.

João Veloso, no seu artigo «Que conhecimento explícito da área da fonética/fonologia trabalhar nos ensinos básico e secundário?», define um conjunto de conteúdos transversais, da área da fonologia e da fonética, suscetíveis de serem abordados na aula de Português ou em qualquer outra disciplina, e que deveriam integrar os curricula portugueses. Apresenta também conteúdos gramaticais que deveriam ser abordados até ao 12.º ano no âmbito do ensino explícito da gramática e um conjunto de conteúdos aplicados, também da área da fonética e da fonologia, que podem ser estudados a partir do tratamento de outros tópicos que com eles mantêm algum tipo de relação.

A pontuação é o tema abordado por Ana Luísa Santos («A pontuação: do ensino à avaliação»), que centra o seu estudo no uso da vírgula, discutindo a pertinência de um ensino da pontuação fundado ora em critérios prosódicos ora em critérios sintáticos. Neste artigo, aborda-se ainda a importância concedida à pontuação e à avaliação da pontuação nas provas de avaliação externa.

Fátima OliveiraPurificação Silvano e António Leal apresentam um artigo intitulado «Sobre alguns conceitos semânticos fundamentais para o ensino e avaliação nos ensinos básico e secundário», que trata alguns conceitos de natureza semântica que deveriam integrar os documentos orientadores do ensino do português e discute a pertinência do seu estudo no quadro da significação.

Por fim, Antónia Coutinho apresenta um artigo que responde à questão «Que inter-relações entre géneros de texto e conhecimento gramatical podem ser objeto de conhecimento explícito e de avaliação?» No seu texto, a autora distingue a abordagem gramatical de conteúdos estudados e avaliados isoladamente do tratamento do texto, enquanto unidade de estudo e análise, e defende o ensino-aprendizagem do conhecimento explícito dos textos de diferentes géneros.


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