Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Pelourinho
Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

     A caricatura da justiça *
     João Cândido da Silva

     Há uns dias atrás, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais disparou sobre os tribunais a propósito do combate à evasão fiscal. Para João Amaral Tomaz, os esforços do fisco esbarram, invariavelmente, numa justiça "lenta que tarda em sancionar os criminosos". (...)


     «Estamos com um problema de falta de energia humana, cada vez mais. É um problema que nos temos de confrontar», referiu o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carmona Rodrigues, no “Prós e Contras<...

 

     Escrever ou falar no espaço público impõe responsabilidades suplementares nada exemplares nestas seis recentes ilustrações:

1. “A” moral e “o” moral do Sporting

     No Desporto da TSF1 ainda há quem, imagine-se, confunda ...

 

     O Ministério da Educação de Portugal anunciou que o Português (com a Filosofia) deixa de ter exame final obrigatório no 12.º ano

      No “Telejornal” (RTP-1) de segunda-feira passada, na peça sobre a reeleição de Hugo Chávez, o recém-eleito presidente da Venezuela, «defende reformas ao nível da propriedade da terra e o controle da ind...

«No meio do salão começaram a haver desacatos entre jovens (...)».  É uma das regras básicas no português: no sentido de existir, o verbo haver é utilizado sempre na 3.ª pessoa do singular, independentemente de se lhe seguir uma palavra no plural: «há desacatos»; «houve desacatos». Se estiver conjugado com um auxiliar, a regra mantém-se: «começou a haver desacatos»; «vai haver desacatos», etc. Portanto: «No meio do salão começou a haver desacatos entre jovens (...).»

      «É bom ver, é muito bom ver, quando vocês se divertem à sério, à séria, neste caso, e a sério. Divertiste-te, não foi, Mónica?»1 A expressão “à séria” é um modismo desnecessário, que foge ao português padrão. A locução a sério é a adequada: significa «seriamente, com ponderação, com gravidade, sem gracejos» ou «deveras, realmente, seguramente».

1 Catarina Furtado, no concurso "Dança Comigo", na RTP-1, a 2 de Dezembro de 2006.

    Numa reportagem transmitida no “Jornal da Noite”, da SIC, de segunda-feira, 27 de Novembro p.p., Narciso Miranda</a...

     “Telejornal”, RTP-1 (domingo, 26 de Novembro p.p.), José Rodrigues dos Santos, após uma reportagem inicial sobre a morte de Mário Cesariny: «Este é um tema que voltaremos mais daqui a pouco, ainda durante o Telejornal».
     Devia ter dito assim: «Este é um tema a que voltaremos daqui a pouco.»
     Explicação: o verbo voltar pede um complemento introduzido pela preposição a: «Voltar ao tema», «voltar a Lisboa», «voltar à escola».

     Comospolita (que deriva do grego ‘kosmopolites’, que significava «cidadão do mundo»), sendo uma palavra grave, pronuncia-se com a vogal o da antepenúltima sílaba como se fosse um u.
     Não é o que se ouviu a Catarina Furtado, a apresentadora do concurso “Dança comigo”, na RTP-1 (25 de Novembro p.p.), sábado passado, que pronunciou a palavra cosmopolita, como se se tratasse de uma palavra esdrúxula (“cosmopólita”).
     Não há acento algum; logo, [kusmupulita].