Pelourinho Défice de língua (portuguesa) Correm pelas salas de cinema portuguesas — de cinema e na TV, já agora — traduções e legendagens bem piores. Ao menos, neste filme1, que se tenha reparado, não há os “houveram” nem os “puderam haver” tão habituais no meio. Mas há, tinha de haver, a redundância da moda do há anos “atrás”. Por várias vezes. Por várias vezes também, aparece com duplo hífen (!) a 1.ª pessoa do plural de verbos na conjugação pronominal, tipo “faça-mo-nos”, “fala-mo-nos”, etc. José Mário Costa · 23 de maio de 2007 · 4K
Pelourinho Expressões de percentagem + predicado no plural Referência no Jornal 2 (RTP 2, 21 de Maio de 2007) sobre uma sondagem acerca do futuro aeroporto da Ota: «55% dos portugueses considera que o investimento no novo aeroporto não deve ser prioridade para o país (…), 19% não sabe ou não responde (…), apenas 16% aplaude a escolha do Governo.» Maria Regina Rocha · 22 de maio de 2007 · 3K
Pelourinho Prebendas ≠ provendas «Não queremos provendas nem queremos mordomias, mas seremos uma força de estabilidade (…)», referiu* o líder do CDS/PP, Paulo Portas, na apresentação do candidato do seu partido nas eleições antecipadas da Câmara de Lisboa. Prebendas é o que devia ter sido dito. Prebenda significa «emprego rendoso e de pouco trabalho», enquanto provenda é um termo antigo que designava «provisão de mantimentos». * in Telejornal, RTP 1, 19 de Maio de 2007 Maria Regina Rocha · 21 de maio de 2007 · 2K
Pelourinho Montra de erros Diário Digital (7/5/07): «(…) às 21:30, tratam-se de "obras recentes e estreias actuais"». Devia estar: trata-se. O Jogo (4/5/07): «Faltam decidir três subidas e quatro descidas na 2ª e 3ª Divisões». Devia estar: falta decidir; e 2.ª e 3.ª Divisões. Lusomotores (19/4/07): «Trabalhadores belgas páram fábrica da Opel». Devia estar: param. Ana Martins · 19 de maio de 2007 · 3K
Pelourinho Mobiliário ≠ imobiliário «Terá sido contactado há algum tempo por Robert Murat, para fazer um site na Internet ligado ao negócio mobiliário.» Como esta informação* foi ilustrada com imagens de locais e apartamentos, a palavra a utilizar deveria ter sido imobiliário («negócio imobiliário»). Mobiliário significa «relativo a móveis (a mobília)», «referente a bens móveis», enquanto imobiliário se utiliza para designar bens imóveis, não susceptíveis de ser deslocados, como é o caso de casas ou terrenos. Maria Regina Rocha · 17 de maio de 2007 · 21K
Pelourinho Rubrica é uma palavra grave (e não esdrúxula) Rubrica («título ou entrada que constitui indicação geral do assunto, da categoria», «assinatura abreviada») é uma palavra grave – pelo que a sua sílaba tónica é a penúltima (bri), e não a antepenúltima, não tendo, portanto, nenhum acento. Palavra grave – e não esdrúxula, como se ouve frequentemente no audiovisual português. Maria Regina Rocha · 15 de maio de 2007 · 6K
Pelourinho A obrigatoriedade das vírgulas em orações intercaladas «Mas caso o italiano deixe o comando dos merengues, o eleito deverá ser o alemão Bern Schuster.» «É que se se os londrinos não perderem, igualam a marca do Liverpool (…).»* «Caso o italiano deixe o comando dos merengues» e «se os londrinos não perderem» são orações introduzidas no meio de outras, pelo que deverão ficar entre vírgulas. Na primeira frase, a oração inicial é «mas o eleito deverá ser o alemão Bern Schuster»; na segunda, «é que [os londrinos] igualam a marca do Liverpool». Maria Regina Rocha · 14 de maio de 2007 · 4K
Pelourinho Ainda a colocação do pronome em orações temporais Notícia* sobre o aniversário da menina inglesa desaparecida no Algarve: «Os pais apelaram à intensificação dos esforços para localizar a filha, enquanto a população local multiplicou-se em iniciativas de solidariedade.» «(…) enquanto a população local se multiplicou em iniciativas de solidariedade» — assim deveria ter sido dito, com o pronome a preceder a forma verbal, dado o facto de pertencer a uma oração temporal (iniciada por enquanto). Maria Regina Rocha · 14 de maio de 2007 · 4K
Pelourinho «Porque é que» Mais este exemplo do uso indevido do advérbio interrogativo porque: «Por que é que as autoridades portuguesas não fech... Maria Regina Rocha · 13 de maio de 2007 · 5K
Pelourinho De + a + oração infinitiva Extracto de uma notícia do matutino 24 Horas (de 8 de Maio de Maio 2007) sobre o rapto da pequena Madeleine, na praia da Luz: «Pode até tratar-se de um rapto com motivações sexuais, mas também não se pode excluir a hipótese <span style="background:... Maria Regina Rocha · 12 de maio de 2007 · 3K