Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

«A GNR explica por que é que não apareceu.»*

Este é mais um dos caso de má utilização do advérbio interrogativo porque, numa oração interrogativa indirecta.

«Porque é que a GNR não apareceu?» seria a interrogativa directa.

De resto, a expressão «porque é que» é sempre constituída pelo advérbio interrogativo (porque) e pela partícula de realce («é que»).

* in matutino 24 Horas de 3  de Junho de 2007

Pergunta* a Paulo Teixeira Pinto, a propósito da assembleia-geral do BCP: «Está confiante de uma assembleia-geral pacífica?»

O adjectivo confiante pede um complemento iniciado pela preposição em. Por isso: «Está confiante na realização de uma assembleia-geral pacífica?»

*Jornal da Noite, SIC, 28 de Maio de 2007

Numa entrevista transmitida no Telejornal (RTP 1, 25 de Maio de 2007), o ministro português Mário Lino, a propósito do projecto do aeroporto da Ota, referiu que o seu Governo tomara uma decisão política com base em trabalhos feitos por governos anteriores «que defenderam este projecto, com a sua localização na Ota, junto da União Europeia, que o inscreveram como projecto prioritário europeu, para o qual já foram gastados milhões de euros (…)».

A confusão entre «de encontro a» e  «ao encontro de»

Comentário do apresentador Rui Unas, transcrito no jornal 24 Horas de 27 de Maio de 2007, justificando o fracasso de um programa da SIC: «O produto não vai de encontro aos gostos e, como se costuma dizer, gostos não se discutem. A onda agora é outra.»

(...)

Qual é o português que não conhece bem o significado e a pronúncia de palavras como bobo, chopinho, carona, maiô? Qual o português, nascido e criado em Portugal, que não reconhece imediatamente a originalidade e a melodia de expressões como dar mancada, encher o saco, botar pra quebrar?

Mudança de turma deve ocorrer no início do próximo ano

 

As aulas poderão em breve voltar a preencher os dias de Miguel, uma criança com doença oncológica que deixou de ir à escola para escapar ao bullying. A Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), em concertação com o conselho executivo da escola, propõe enviar professores a casa até ao final do ano lectivo e, desde já, sensibilizar o estabelecimento de ensino a recebê-lo bem em Setembro.

Correm pelas salas de cinema portuguesas — de cinema e na TV, já agora — traduções e legendagens bem piores. Ao menos, neste filme1, que se tenha reparado, não há os “houveram” nem os “puderam haver” tão habituais no meio.

Mas há, tinha de haver, a redundância da moda do há anos “atrás”. Por várias vezes.

Por várias vezes também, aparece com duplo hífen (!) a 1.ª pessoa do plural de verbos na conjugação pronominal, tipo “faça-mo-nos”, “fala-mo-nos”, etc.

Referência no Jornal 2 (RTP 2, 21 de Maio de 2007) sobre uma sondagem acerca do futuro aeroporto da Ota: «55% dos portugueses considera que o investimento no novo aeroporto não deve ser prioridade para o país (…), 19% não sabe ou não responde (…), apenas 16% aplaude a escolha do Governo.»

«Não queremos provendas nem queremos mordomias, mas seremos uma força de estabilidade (…)», referiu* o líder do CDS/PP, Paulo Portas, na apresentação do candidato do seu partido nas eleições antecipadas da Câmara de Lisboa.

Prebendas é o que devia ter sido dito. Prebenda significa «emprego rendoso e de pouco trabalho», enquanto provenda é um termo antigo que designava «provisão de mantimentos».

* in Telejornal, RTP 1, 19 de Maio de 2007

Diário Digital (7/5/07): «(…) às 21:30, tratam-se de "obras recentes e estreias actuais"». Devia estar: trata-se.

O Jogo (4/5/07): «Faltam decidir três subidas e quatro descidas na 2ª e 3ª Divisões». Devia estar: falta decidir; e 2.ª e 3.ª Divisões.

Lusomotores (19/4/07): «Trabalhadores belgas páram fábrica da Opel». Devia estar: param.