Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.
E para a Amália, não vai uma vírgula?
A elevação da homenagem também está na escrita

O concerto de comemoração do centenário de Amália Rodrigues, transmitido pela RTP, foi intitulado «Bem-vinda sejas Amália», esquecendo a vírgula a separar o vocativo dos restantes elementos da frase. 

Tomo de empréstimo esta frase do antigo procurador-geral da República português, Pinto Monteiro, com a qual invetivou os deputados, a propósito de um diploma legal, para titular este caso incompreensível…

No sítio da antiga Direção-Regional de Educação do Algarve, agora Direção de Serviços da Região do Algarve, pode ler-se, numa janela que surge sempre que se acede ao mesmo:

«O Sítio Web da extinta DRE Algarve, continuará online e será atualizado sempre que necessário».

Todos quantos lêem jornais e revistas, e até mesmo livros, se habituaram a usar de uma imensa tolerância para com o erro em matéria de língua portuguesa. Não há, neste particular, jornais, revistas ou editoras de referência.

Pessoalmente, há muito que baixei as guardas e as expectativas. Mas, apesar disso, ainda consigo ser surpreendido.

A RTP 1 saúda diariamente os seus telespectadores com um “Bom dia Portugal”, através de um  programa informativo que ocupa as manhãs da televisão pública.

Fá-lo, contudo, de forma displicente, insatisfatória. Refiro-me à ausência de vírgula entre a saudação matinal e Portugal, a qual pode passar despercebida ao olho menos atento, mas que, na verdade, dá origem a um erro sintáctico crasso: estando em posição de vocativo, o nome Portugal deverá ser obrigatoriamente separado por vírgula.