O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Palavras de plástico ou palavras-chiclete

Um lingüista alemão, Pörksen, denomina «palavras de plástico» as que entram na moda com sentidos imprecisos, servindo para tudo. São expressões novas da linguagem mediática, que resultam de mudança de significado criadas por especialistas de diversas áreas e caem no gosto do falante comum, sem entender bem o significado, pelo teor de modernidade.

Outro alemão, Werner Ludger Heiderman (UFSC), denominou-as «palavras-chiclete», porque depois de muito usadas são jogadas fora.

Muito comentado, surge finalmente o “grande” Caldas Aulete (prometido pela Nova Fronteira, desde 2005), agora da Lexikon Editora Digital. Para quem não acompanha o interessante mercado lexicográfico, a língua portuguesa teve (só no Brasil) o Aurélio, em 1975, o Michaelis modernizado, em 1988, o Houaiss, em 2...

Artigo, do autor – professo brasileiro de Português – sobre o «péssimo escrever popular», quantas vezes das ditas  "elites" tão pouco cuidadosas no que escrevem e no que falam no espaço público.

Mais ou menos perdido no meio da ampla cobertura do caso Renan Calheiros estava o mote para esta coluna. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo de 20/06/2007, p. A5, incluía a seguinte passagem: «Os cheques, apresentados por Renan, são referentes à compra de 2.086 arroubas (sic) de boi, o que equivale a mais de 30 mil quilos de carne». O leitor terá percebido que arrobas foi grafada arroubas, não sei se pela redação de Maceió ou se pela revisão.

Na linguagem científica não há nada pior do que a ambiguidade. Em jornalismo também. As ideias devem ser transmitidas de forma directa, simples e o menos ambígua possível. Essa é, aliás, uma regra quase geral: convém falar claro! Nos textos que nos rodeiam, contudo, desde algumas peças de mau jornalismo a inúmeros exemplos de literatice opinativa, abundam os subentendidos. (...)

Língua portuguesa <br> cartão de identidade dos moçambicanos
Por Mia Couto

Há uns dias, em Maputo, deparei com dois jovens sentados no muro da minha empresa e a um deles perguntei o que ele fazia ali. A resposta veio célere:

— Não estou a fazer nada.

Fiz a mesma pergunta ao outro jovem que me respondeu com a mesma prontidão:

— Eu? Eu estou aqui a ajudar o meu amigo.

Na base deste estudo está um projecto de investigação em curso sobre as relações lexicais entre o Português Europeu e o Português Brasileiro ao longo dos últimos 50 anos, intitulado Convergência e divergência no léxico do Português.  Esta investigação apoia-se na concepção geral e nos métodos quantitativos da investigação sociolexicológica desenvolvida por Dirk Geeraerts e sua equipa para o Neerlandês (Geeraerts, Grondelaers & Speelman 1999).

Na base deste estudo está um projecto de investigação em curso sobre as relações lexicais entre o Português Europeu e o Português Brasileiro ao longo dos últimos 50 anos, intitulado Convergência e divergência no léxico do Português.  Esta investigação apoia-se na concepção geral e nos métodos quantitativos da investigação sociolexicológica desenvolvida por Dirk Geeraerts e sua equipa para o Neerlandês (Geeraerts, Grondelaers & Speelman 1999).

Será discriminatório dizer a presidente, passando a ser obrigatório a presidenta? Há quem adore os debates «de género». Eu acho alguma graça, mas recomendo calma.

Entrar para a Academia Brasileira de Letras foi, desde seu início, há 110 anos, objeto de complicadas tramas políticas por João Paulo Coelho de S. Rodrigues

Na tarde de 7 de janeiro de 1911, no pequeno e elegante Palácio Monroe, no Rio de Janeiro, os membros da Academia Brasileira de Letras se reuniram para, solenemente, assistir à posse de um novo membro, o general Dantas Barreto. A ocasião era de gala, não só pelo local escolhido. Além de ...