Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Controvérsias
Polémicas em torno de questões linguísticas.
Uma decisão medrosa e indesculpável
O final do ano letivo em Portugal e a pandemia de covid-19

Em Portugal, a pandemia de covid-19 leva o final do ano letivo de 2019-2020 a decorrer sobretudo em regime não presencial, conforme um conjunto de medidas governamentais para evitar a propagação do novo coronavírus. No ensino básico, as aulas são à distância, com recurso a plataformas em linha e reforçadas a partir de 20 de abril de 2020 pelas emissões televisivas do  #EstudoEmCasa (RTP Memória), em apoio também dos alunos sem equipamento informático adequado nem acesso à Internet. Mas estará garantida a igualdade educativa? Em artigo de opinião publicado no Expresso de 18 de abril de 2020 e aqui transcrito com a devida vénia, o economista Luís Aguiar-Conraria critica a solução encontrada, para ele, «a pior possível».

Bem vivo o EPE? Nem um pisco de verdade!
A situação do ensino do Português no estrangeiro

Texto da autoria da professora Teresa Duarte Soares, secretária-geral do Sindicato Geral das Comunidades Lusíadas,  e publicado em 4 de fevereiro no jornal Público. A autora contesta e desmente as afirmações  de Paulo Prisco, deputado do Partido Socialista pelo círculo da Europa, o qual, em artigo de opinião saído em 27 de janeiro de 2020 também no Público, considerou que o ensino de Português no estrangeiro (EPE) está «bem integrado numa lógica coerente que percorre vários graus de ensino, do pré-escolar ao superior, precisamente sob a tutela do Instituto Camões, que é quem tem a experiência mais sólida e competências reconhecidas neste domínio». Recorde-se que a controvérsia foi desencadeada por Santana Castilho, professor do ensino politécnico e especialista em política de educação, quando, em 30 de dezembro de 2019, no jornal Público, dirigiu duras críticas à política seguida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal e, designadamente, pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua para o ensino de Português no estrangeiro.

Se desprezarmos a Memória, bastará uma acendalha e o fogo será devastador
O imperativo de não esquecer a 2.ª Guerra Mundial e o Holocausto

Um texto da professora Maria do Carmo Vieira, que tece críticas às alterações curriculares do sistema de ensino em Portugal que têm, na sua opinião, levado a afastar os jovens do contacto com as memórias e as lições da 2.ª Guerra Mundial e do Holocausto.

Na imagem, aspeto atual da entrada do antigo campo de concentração (campo I) de Auschwitz, na qual se pode ler em alemão o lema Arbeit macht frei, ou seja, «o trabalho liberta» (fonte: Unsplash).

 

Com 2020, termina ou começa uma década? (II)
Um critério para que toda a gente se entenda

Como aqui assinalámos, o ano 2020 gerou algumas interrogações acerca de se tratar ou não do começo de uma nova década. Sobre esta questão,  depois da opinião de D'Silvas Filho, segue-se o parecer de Guilherme de Almeida, autor*  de Sistema Internacional de Medidas – Grandezas e Unidades Físicas.

 

* O autor segue a ortografia anterior à norma oficialmente em vigor, em Portugal

Está bem vivo o Ensino de Português no Estrangeiro
A relação desta estrutura com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal

Em 30 de dezembro de 2019, no jornal Público, Santana Castilho, professor do ensino politécnico e especialista em política de educação, dirigiu duras críticas à política seguida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal e, designadamente, pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua para o ensino de Português no estrangeiro (EPE). Rebatendo esta posição em artigo de opinião saído em 27 de janeiro de 2020 também no Público, o jornalista Paulo Prisco, deputado do Partido Socialista pelo círculo da Europa, considera que o EPE está «bem integrado numa lógica coerente que percorre vários graus de ensino, do pré-escolar ao superior, precisamente sob a tutela do Instituto Camões, que é quem tem a experiência mais sólida e competências reconhecidas neste domínio».

Cf. Bem vivo o EPE? Nem um pisco de verdade!

Com 2020, termina ou começa uma década?
Um debate que se reacende

À semelhança da discussão em volta do primeiro ano do presente milénio, a entrada de 2020 levanta uma questão semelhante: a nova década começa em 2020, ou em 2021? Várias respostas têm sido difundidas pela comunicação social, como é o caso da nota que o jornalista João Miguel Tavares juntou ao texto de uma das crónicas que assina regularmente no jornal Público (edição de 28 de dezembro de 2019), na qual defendeu o seguinte ponto de vista: «Em bom rigor, se uma década tem dez anos, a actual só termina em 2020, de facto. Mas a linguagem comum nem sempre combina com a matemática, e convém não promover o absurdo de os anos 20 começaram a 1 de Janeiro de 2020, enquanto a década de 20 só começaria a 1 de Janeiro de 2021. Proponho aos mais devotos das contas certas que estabeleçam como premissa que a primeira década do calendário gregoriano teve nove anos, e a partir daí já bate tudo certo. »

O Ciberdúvidas escutou o consultor D'Silvas Filho para saber se é mesmo assim.

Sobre a supressão do trema
Em Portugal, com a norma ortográfica de 1945

A saudade do trema, neste poema satírico da autoria do dramaturgo, poeta e escritor João Silva Tavares (1893-1964).

 

 

 

Está moribundo o Ensino do Português no Estrangeiro
A situação do ensino da língua entre os jovens lusodescendentes

«(...) [A]s decisões políticas da última década têm promovido a menorização do ensino do português, como língua materna, para os filhos dos emigrantes, revelando um condenável desprezo pela necessidade de manter uma forte ligação identitária (linguística e cultural) de Portugal com a sua diáspora» – afirma o professor universitário Santana Castilho a respeito do estado do ensino de Português aos jovens lusodescendentes. Texto de opinião que, com a devida vénia, se transcreve da edição de 30 de dezembro de 2019 do jornal Público (manteve-se a norma ortográfica do original).

À volta do plural (ou não) do latinismo <i>Homo sapiens</i>
Um caso de insensibilidade filológica?

Em crónica intitulada "A Minha Carta para Greta Thunberg" e saída no jornal Público em 3/12/2019, o jornalista português  João Miguel Tavares, falou dos «sacrifícios que foram feitos por milhões de homo sapiens que nos precederam». Comentando este texto em 6/12/2019, no Ípsilon, suplemento das sextas-feiras do jornal Público, o professor universitário português António Guerreiro encontra nele um erro de concordância – «[...] aquilo a que fui mesmo sensível foi à declinação de homo sapiens no singular [...]» – e considera que a forma correta seria «milhões de homines sapientes». O revisor e tradutor Helder Guégués, no seu blogue Linguagista, rebate a crítica de Guerreiro, falando de exagero; e o tradutor e latinista Gonçalo Neves, consultor do Ciberdúvidas, é a da mesma opinião: como denominação científica, Homo sapiens não tem plural.

Higienização da linguagem
Expressões politicamente incorretas

Neste artigo publicado no jornal Público, no dia 25 de setembro, o juiz português Manuel Soares reflete sobre o chamado «policiamento da linguagem», atitude que condiciona a liberdade de expressão e o direito à diferença. Nesta linha, o autor refere alguns exemplos de expressões portuguesas que, absurdamente, são consideradas impróprias, ofensivas, ou racistas, assim como exemplos semelhantes da língua inglesa, que sofreram alterações, de forma a neutralizar o suposto conteúdo ofensivo ou impróprio.   

Texto escrito conforme a norma ortográfica de 1945