Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Polémicas em torno de questões linguísticas.
Como é que se lê
Sobre os vieses de género na língua

«Receio que a vontade de condenar um patriarcado ancestral inegável nos esteja a fazer entrar numa deriva em que, à força de tanto forçar o acessório, acabamos por desvalorizar o que é realmente essencial: as persistentes desigualdades quotidianas em matéria de género», escreve neste artigo¹ a socióloga e professora universitária Maria José da Silveira Núncio a propósito da querela à volta da linguagem inclusiva (cf. Textos Relacionados, ao lado).

¹ in jornal portugês Público do dia 6 de agosto de 2019.

10 expressões racistas que deveríamos tirar do nosso vocabulário
Pejorativas, dos tempos da escravidão

«Denegrir», «criado-mudo», «fazer nas coxas», «não sou tuas negas», «trabalho de preto» e «da cor do pecado» são algumas da palavras e expressões que usamos no dia a dia sem nos apercebermos como elas podem ser consideradas ofensivas na sua ressonância do que era a escravidão e os  dolorosos tempos vividos pelos negro ao longo da História. Compilação da autora, que, com a devida vénia, transcrevemos do portal brasileiro Universa, com data de 20 de abril de 2019.

«A gramática não tem sexo, não é inclusiva nem exclusiva»
Linguista mexicana contesta as teses sobre sexismo linguístico
Por Enrique Mendoza Hernández/Concepción Company Company

A linguagem inclusiva tem concentrado as preocupações de organismos governamentais na maior parte dos países de línguas românicas. Contudo, ouvem-se críticas até de linguistas, como a que a linguista mexicana Concepción Company Company desenvolve numa entrevista à revista Zeta em 25/02/2019.

A palavra é... <i>ideologia</i>
Conhecimento e opinião no debate político brasileiro

Há quem use a palavra ideologia para se referir a certas doutrinas, pressupondo que há forças políticas que não têm preocupações ideológicas, porque o que defendem é simples e natural como a realidade. Sucede, no entanto, que o conhecimento que temos está longe desse idílico acesso direto ao real, pelo que, na vida política (ou na religiosa, desportiva e até mesmo científica), é necessário admitir que a discussão é feita de crenças em todos os quadrantes, da esquerda à direita. A propósito do presente clima político brasileiro, o linguista brasileiro Aldo Bizzocchi dá conta do debate à volta da palavra ideologia, falando doutros dois termos relacionados com a questão do conhecimento e da opinião, na tradição grega, denominados, respetivamente, por episteme e doxa (este que tem a mesma raiz de dogma e doutrina). Vídeo que o autor realizou, com um pequeno texto introdutório (também aqui transcrito), para o seu canal Planeta Língua, no Youtube.

Os sem palavras

A neutralidade linguística de termos e expressões é uma posição que tem sido procurada em muitos meios, sendo comum a diversas línguas. Estará esta opção a forçar o aparecimento de perífrases e de expressões redondas, que procuram evitar ferir qualquer suscetibilidade em qualquer domínio? Neste texto, a comentadora política portuguesa Helena Matos deixa-nos a dúvida.

(Artigo originalmente publicado no jornal original Observador, que aqui se reproduz com a devida vénia)

Car@s leitorxs (e utentas)
Sobre a linguagem de género

A chamada linguagem inclusiva e a crítica ao «estereótipo de género» em foco neste artigo sarcástico do autor, transcrito do jornal “Público” de 7 de dezembro de 2018.

Desigualdades sociais, desigualdades linguísticas

Deverá a norma-padrão resistir à diversidade e à mudança, sem ser posta em causa? Ou a atitude certa é aceitar toda a variação linguística? E se estas atitudes tantas vezes em conflito acabam, afinal, por descurar os problemas sociais que condicionam o uso da língua? Acerca deste tipo de interrogações, o linguista brasileiro Aldo Bizzocchi manifesta a sua posição, num texto publicado no seu blogue Diário de Um Linguista (5/12/2018), do qual se salienta a seguinte frase, a propósito do papel da linguística: «[...] é fato que a diversidade linguística é um prato cheio para os cientistas da linguagem. Mas isso não quer dizer que os linguistas sejam contra a escolarização e o ensino da norma culta nas escolas – ainda que com todas as críticas que nossa gramática normativa merece e tem recebido.»

Querem mudar os nomes das ruas e largos? Ora tentem lá outra vez
Sobre a mudança de nome do Campo das Cebolas, em Lisboa, para Largo José Saramago

Que sentido e eficácia terão as decisões oficiais de alterar os nomes de ruas, de praças e até de povoações inteiras? A questão volta a ter atualidade na sequência de uma proposta aprovada pela Câmara Municipal de Lisboa com vista a mudar o nome de parte do popularmente conhecido Campo das Cebolas, que passará a ser denominado Largo José Saramago. A jornalista Ana Fernandes manifesta a sua oposição neste texto saído no Público, em 28/11/2018.

“Camarados” II
A linguagem inclusiva contra a agenda patriarcal
Por Pedro Filipe Soares

«A linguagem inclusiva é mais um passo numa luta em várias frentes com um mesmo objetivo: vencer a agenda patriarcal» – afirma o político português Pedro Filipe Soares, presidente do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, na legislatura de 2019-2021. Artigo de opinião incluído na edição de 20 de novembro de 2018 do jornal Público.

Proclamações de género ridículas
Por Nuno Melo

«Os bloquistas podem saudar-se como "camarados", dispostos a assassinar a língua portuguesa, para sublinhar proclamações de género ridículas.» Um artigo de opinião do euroedeputado português Nuno Melo (Jornal de Notícias, 15 de novembro de 2018), que, tecendo críticas a um antigo dirigente do Bloco de Esquerda (BE), censura um deslize linguístico de outro dirigente do BE, Pedro Filipe Soares, que tratou aos seus correlegionários por «camaradas e "camarados"».