Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Português, tétum ou tetuguês
A política da língua em Timor-Leste

«O problema linguístico é fundamental em Timor, porque está em questão a própria identidade do novo país. Deverá ser adoptado o português, o tétum, o bahasa Indonésia ou o inglês? A importância do português parece consensual, mas onde levará a política de ensino que está a ser seguida?»

 

Artigo do jornalista Paulo Moura, transcrito, com a devida vénia, do jornal Público, com a data de 7 de maio de 2007. Texto escrito segundo a norma ortográfica de 1945.

Legenda no Telejornal da RTP 1 (5 de Maio de 2007), a propósito das eleições presidenciais em França, traduzindo-se uma interrogação retórica a respeito da vitória de um dos candidatos: «Por que não? Por que não?»

Devia ter sido utilizado o advérbio interrogativo porque: «Porque não? Porque não?»

Este advérbio, que significa «por que motivo», «por que razão», nunca tem os seus constituintes separados.

Numa notícia do matutino 24 Horas, de 6 de Maio de 2007, sobre uma corrida relacionada com a luta contra o cancro, podia ler-se, a terminar: «Maria José Rita, que estava prevista participar na iniciativa, acabou por não poder comparecer.»

Esta frase está deficientemente construída, pois não é a pessoa que «está prevista», mas a sua participação. Uma alternativa seria: «Maria José Rita, cuja participação na iniciativa estava prevista, acabou por não poder comparecer.»

A PÉROLA

«Alertado pela minha filha de 10 anos recuperei esta Vossa pérola para um post no meu blogue: «este ano já morreram cerca de 50 mortos». No "Público" de domingo (29 de Abril de 2007), Mundo, pág. 19.», escreve Sérgio Pinto Ribeiro, um leitor bloguista da cidade do Porto.

O reparo é pertinente.

«Este ano já morreram cerca de 50 mortos» — sem comentários.

O PÚBLICO errou.

A CONFUSÃO

Com a Portaria n.º 476/2007, de 18 de Abril, a Ministra da Educação interveio no atribulado processo da TLEBS, impedindo a sua generalização e impondo a sua revisão. Embora oportuno, o documento suscita pelo menos três reparos. O primeiro, sobre a ideia de normalidade que transmite, como se tudo decorresse da experiência nas escolas e se resumisse à identificação de "alguns termos inadequados" e a dificuldades da generalização. Não fica bem ao ME passar em claro o clamor da sociedade, express...

1. A minha experiência na supervisão pedagógica dos estágios integrados a nível do ensino básico e do ensino secundário (e só nesse quadro as considerações que tecerei deverão ser entendidas) tem-me revelado a existência de problemas que, em última análise, se prendem com a fraca familiaridade que existe entre os estagiários e a gramática da língua materna. Na verdade, muitas vezes, observando aulas sobre gramática e/ou análise textual, tenho a impressã...

Xaropada

A PT lançou agora um anúncio com o slogan escrito assim: «XAMADAS A ZERO XÊNTIMOS PARA TODAS AS REDES FIXAS.»

Uma das estratégias actuais do discurso publicitário é alterar a forma convencional de escrever as palavras para, criando uma analogia inusitada entre grafia, fonia e sentido, causar surpresa e provocar o riso.

Uma vez definida bem a fronteira entre jogo e erro ortográfico, as charadas gráficas da publicidade em nada ferem o respeito pelas regras do código da escrita.

<b>A</b>correr à <b>o</b>corrência

2007-05-03 - 02:00:00

IC17: Colisão mata mulher e fere três

Uma mulher de 26 anos morreu ontem numa colisão entre cinco veículos no IC17, perto do Odivelas Parque.

O acidente, que fez mais três feridos graves, deu-se por volta das 16h00. Ocorreram ao local os Bombeiros Voluntários da Amadora, com cinco veículos e 13 elementos.

 

A reinvenção da língua portuguesa em Moçambique
Por Mia Couto

Moçambique é um dos 37 Estados que integra a União Latina, organização que se dispõe a valorizar o património plural e diverso do mundo que se expressa nas chamadas línguas latinas.

Lembram-se da questão da TLEBS? Aparentemente, deixou de se falar nela, apesar de se reconhecer que houve inúmeras reacções, umas tempestivas, algumas intempestivas. A tendência do Ministério da Educação foi considerar que havia outros problemas mais importantes e que era melhor deixar o assunto para a comunidade científica. Esta comunidade entrou em polémica muito viva nos jornais e na televisão, contando-se aos pontos as vantagens de ambos...