Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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O nosso leitor Álvaro Alapraia escreve-nos e deixa-nos a constatação de que a palavra despoletar se está a generalizar erradamente como sinónimo de desencadear, quando o que a palavra realmente significa é o contrário, ou seja, desactivar, neutralizar. Isto porque espoleta é um dispositivo destinado a fazer explodir carga; espoletar é pôr a espoleta; logo, despoletar é tirar a espoleta, impedindo a explosão.

Palavras de plástico ou palavras-chiclete

Um lingüista alemão, Pörksen, denomina «palavras de plástico» as que entram na moda com sentidos imprecisos, servindo para tudo. São expressões novas da linguagem mediática, que resultam de mudança de significado criadas por especialistas de diversas áreas e caem no gosto do falante comum, sem entender bem o significado, pelo teor de modernidade.

Outro alemão, Werner Ludger Heiderman (UFSC), denominou-as «palavras-chiclete», porque depois de muito usadas são jogadas fora.

Os nossos irmãos brasileiros

«Por que razão os imigrantes dos países de língua oficial portuguesa são obrigados a fazer um teste de português para adquirirem a nacionalidade [portuguesa]? Que tipo de conhecimento se pretende provar com esse exame, quando o português já é língua dessas pessoas e, no caso do Brasil, a sua única língua?», pergunta o jurista Pedro Lomba, num artigo dado à estampa pelo...

O que é falar nas entrelinhas? Como é que podemos sugerir algo sem efectivamente dizê-lo? Como é que se faz para dizer alguma coisa implicitamente?

Sugerir é falar sem dizer tudo, é deixar uma lacuna no discurso, que o leitor terá de preencher se quiser interpretar cabalmente o que lhe está a ser dito. Não raro, recorre-se a umas pequenas palavras que ditam a direcção que deve ser tomada nesse trabalho de interpretação.

«Maddie raptada», «Maddie vista ora em Marrocos ora na Bélgica»; «Maddie morta», «Maddie assassinada», «assassinada por…». Tudo tem valido no jornalismo-“bitaites” que se vai lendo e ouvindo, nos últimos dias, à volta do caso da menina inglesa desaparecida na praia da Luz, no Algarve. I...

A confusão está por todo o lado, na rádio, na televisão, nas ruas.

Consideremos um verbo da primeira conjugação, por exemplo, o verbo falar. Falamos é a primeira pessoa do plural do presente do indicativo. Falámos é a primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo. Conforme se pode ver, até há, na escrita, o acento agudo a marcar a diferença. E, no entan...

As palavras «islamista» e «islamita» coexistem na imprensa portuguesa, como aqui já se deu nota no Ciberdúvidas, e  por várias vezes. O jornalista Francisco Belard propõe-se  «reduzir a confusão» no texto a seguir transcrito, com a devida vénia ao Expresso.

O título da crónica desta semana podia ser também: «ver como o que se diz não se faz».

Diz-se que o ensino do português no estrangeiro é uma questão nacional. Cavaco Silva, de visita aos EUA no passado mês de Junho, declarou que os portugueses no estrangeiro são os guardiães da língua portuguesa no mundo. A Constituição estabelece como um direito o ensino do português junto das comunidades emigrantes.

Muito comentado, surge finalmente o “grande” Caldas Aulete (prometido pela Nova Fronteira, desde 2005), agora da Lexikon Editora Digital. Para quem não acompanha o interessante mercado lexicográfico, a língua portuguesa teve (só no Brasil) o Aurélio, em 1975, o Michaelis modernizado, em 1988, o Houaiss, em 2...

Artigo, do autor – professo brasileiro de Português – sobre o «péssimo escrever popular», quantas vezes das ditas  "elites" tão pouco cuidadosas no que escrevem e no que falam no espaço público.