Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa

Aborrece-me sumamente ter de ouvir ministros, professores dos vários graus de ensino, jornalistas, estudantes - eles e elas - a dizer: "Houveram encontros", "Poderiam haver mais possibilidades", "Haviam tantas mulheres que os homens tiveram medo", "Podem haver outros mundos."

Seria preciso perguntar-lhes qual é o sujeito do verbo. Não há paciência!

Apareceram agora os resultados dos exames e, mais uma vez, foi o desastre: a Matemática teve uma ligeira melhoria em relação ao ano tra...

O (...) leitor Segismundo de Bragança traz-nos duas dúvidas que ilustram algo que é relativamente comum: as pessoas que se interessam por questões de língua começam a dar conta de que há formas e construções (conjugações, concordâncias, formações de palavras, etc., etc.) que, pela lógica, não deviam ser como são.

Acordo ou desacordo? Parece que ninguém se entende bem nesta questão de ortografia da língua portuguesa, sobretudo os maiores interessados, que são os povos que a falam. Cada um acha que o outro foi o privilegiado na escolha da forma para a grafia, e todos temem se atrapalhar na hora da mudança.

Noticiar é divulgar factos. A construção da notícia funda-se em aspectos da ordem da referencialidade, verdade, fidelidade e responsabilidade. Mas muitas vezes o jornalista não está em condições de assegurar totalmente a validação da informação que transmite, porque não presenciou os factos que enuncia e porque, por intermédio da sua fonte, adquiriu apenas uma informação provisória. Nessa altura, ele tem ao seu dispor recursos linguísticos que servem exactamente para marcar a não efectividade...

Dois erros muito comuns na imprensa portuguesa
Dez por cento/dez pontos percentuais e «vereador» vs. «deputado municipal»

A diferença entre «aumentar dez por cento» e «aumentar dez pontos percentuais», assim como entre vereador e deputado na terminologia autárquica portuguesa – regista neste comentário o jornalista João Alferes Gonçalves, a propósito de uma notícia do diário português Público de 13 de Julho de 2007.

Saramago e o portunhol

José Saramago falando em portunhol num programa do segundo canal da televisão pública portuguesa.

Apontamento da professora Ana Martins, publicado originalmente no semanário Sol de 7 de Julho de 2007.

Nenhum jornal está imune a gralhas, nem sequer a erros, embora haja uns erros menos desculpáveis que outros. Só quem não anda à chuva é que não se molha. As edições online dos jornais portugueses parecem, no entanto, apostadas em superar, no erro, as suas irmãs de papel. De vez em quando, deparamos com notícias como a do Correio da Manhã<...

Que se opte por (e escreva) flexigurança, enfim, ainda se aceitam os argumentos a seu favor, por muito que deles se discorde, como é o caso. Mas “flexisegurança”, como se insiste no semanário Sol, ou “flexi-segurança”, como vinha na edição do mesmo dia do Público, decorrem, tão-só, de teimosia... ignorante.

António Costa, candidato do PS à Câmara Municipal de Lisboa, declarou na semana passada que, se ganhasse as eleições, ia criar um simplis, ou seja, um simplex para a cidade de Lisboa.

A que processo de formação vocabular pertencem estas duas palavras?

Mais ou menos perdido no meio da ampla cobertura do caso Renan Calheiros estava o mote para esta coluna. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo de 20/06/2007, p. A5, incluía a seguinte passagem: «Os cheques, apresentados por Renan, são referentes à compra de 2.086 arroubas (sic) de boi, o que equivale a mais de 30 mil quilos de carne». O leitor terá percebido que arrobas foi grafada arroubas, não sei se pela redação de Maceió ou se pela revisão.