Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Em cada uma das citações abaixo há um erro de língua. Veja o leitor se os detecta:

Conseguiu?

Dou-lhe uma pista: são erros provocados não pelo desconhecimento da forma, mas pela falta de assimilação do sentido da palavra: dos contextos discursivos em que aparece, do registo de língua a que pertence, das relações de dependência que estabelece com outras palavras na frase, dos valores ideológicos que evoca.

 

 

Quando se ouve falar de erros na utilização da língua, são normalmente referidos os erros de ortografia; no entanto, há outras incorrecções menos faladas, mas mais graves: as de sintaxe.

A sintaxe é a parte da gramática que estuda as regras de combinação e disposição das palavras e das frases no discurso. Dois dos erros mais frequentes são o emprego do plural dos auxiliares conjugados com o verbo haver e a concordância do predicado com o sujeito em frases introduzidas por «um dos que».

«Retrato implacável do que não podemos continuar a fingir que não existe»

 «Timor é uma ficção lusófona onde a língua portuguesa navega contra uma geração culturalmente integrada na Indonésia, contra a geografia, contra manipulações políticas internas e contra a sabotagem de várias agências internacionais», escreve o jornalista português Pedro Rosa Mendes, num «retrato implacável * de uma realidade que não podemos continuar a fingir que não existe».

 

* in jornal Público de 25/11/2008. Texto escrito segundo a norma ortográfica de 1945.

 

Porque é que o texto narrativo é um texto de eleição no ensino e no linguajar comum? Uma reflexão de Ana Martins no semanário Sol.

O leitor já reparou na quantidade de expressões fixas que envolvem a palavra história? História pode significar um discurso persuasivo com finalidades obscuras — «não me venham com histórias»; «não caio nessa história» — e pode até ser sinónimo de léria, treta, balela — «o resto são histórias», ou simplesmente «eh… histórias!».

Quem começa a aprender a língua inglesa logo é apresentado ao pronome it,  usado para as coisas. Ele é he, ela é she, um animal, uma planta ou qualquer objeto é it. Em Português, tudo tem gênero: empregamos o ele ou o ela. Às vezes, nos complicamos ao empregar o pronome errado.

De onde menos se espera *

Às vezes a crítica feroz a certos usos da linguagem — qualificados como "vícios" — podem constituir meros exageros fátuos. O linguista brasileiro Sirio Posseti explica e dá exemplos.

Não vou repetir os argumentos e os dados de textos anteriores sobre o dito gerundismo. Só vou apresentar um pequeno sumário, para mostrar que a questão se resume a dois fatos, que, vistos de perto, na verdade, são um só:

A propósito do Dia de S. Martinho, assinalado a 11 de Novembro em Portugal, Maria Regina Rocha volta escrever sobre algumas palavras do culto religioso católico e não só, num artigo publicado no Diário do Alentejo de 14 de Novembro de 2008.

 

Sobre a boçalidade do uso indiscriminado de palavras inglesas na imprensa — um artigo de Ana Martins no Sol.

Li há tempos esta passagem no Diário de Notícias: «refere o analista André Rodrigues (…) num relatório de research» (DN, 24/10/08). Lembrei-me imediatamente do dialecto miscigenado dos emigrantes portugueses em França, parodiado (com injustificável desprezo, aliás) em locuções do tipo «ir de vacances», «entrar na autoroute» e «janelas à la fenêtre numa casa estilo maison».

Ensinar ortografia… com erros

Dois erros de sintaxe, outro de ortografia, vários de pontuação, algumas  gralhas e a falta do ponto obrigatório nas abreviaturas num folheto de divulgação de um workshop sobre ortografia assinalados neste apontamento de Sandra Duarte Tavares.

Luís Marques, conforme notícia divulgada pelos media portugueses de sábado, 8 de Outubro p. p., foi nomeado director-geral da SIC — deixando o cargo até aí exercido de chief operating officer (COO)..