Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Alunos até ao 6.º ano já só escrevem<br> pelo Acordo Ortográfico

Um balanço sobre a adoção do Acordo Ortográfico de 1990 nos ensinos básico e secundário, em Portugal, cinco anos depois da sua introdução oficial, publicado publicado no Diário de Notícias do dia 9 de maio de 2016, com a auscultação de vozes críticas e favoráveis desta reforma do português escrito, no seguimento das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, em Moçambique .

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

A reversão mais valiosa para o futuro:<br> acabar com o Acordo Ortográfico

O historiador e político José Pacheco Pereira classifica o Acordo Ortográfico de 1990 como «mais um dos aspectos do desprezo pela cultura das humanidades que caracterizou estes últimos anos» e acrescenta: «O Acordo Ortográfico é um monumento de ambiguidade às relações entre Portugal e os países onde se fala a língua portuguesa, que ninguém desejou nem pediu e que acabou por servir para gerar enormes efeitos perversos, que se arriscam a cair apenas sobre Portugal, visto que no Brasil, em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Timor, o caminho seguido é deixar o Acordo apenas na sua condição de papel.» Texto transcrito do jornal Público de 7 de maio de 2016.

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

As elites bem falantes<br> ou as noções básicas de democracia

O jornalista e escritor Miguel Sousa Tavares reafirma a sua oposição ao acordo: «[...] o AO nasceu porque um restrito grupo de académicos portugueses queria fazer umas viagens à borla ao Brasil e o pretexto encontrado foi o de negociar um acordo ortográfico – que os brasileiros nunca tinham pedido, nunca tinham sugerido e nunca tinham imaginado. E, por isso, os nossos autonomeados embaixadores da língua chegaram lá e disseram aos brasileiros: "Estamos aqui para fazer um AO em que todos os falantes de português passarão a escrever como vocês." Um acto colonial ao contrário.» Texto publicado no semanário Expresso do dia 6 de maio de 2016.

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

Marcelo, acordo e desacordo

A respeito das declarações do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o Acordo Ortográfico, transcreve-se um texto do semanário Expresso do dia 6 de maio de 2016, do qual se salienta a seguinte passagem: «[...] Marcelo deu o pior dos argumentos: Angola e Moçambique não terem ratificado o AO. Ora, o português é um idioma que se fala onde? Eu sei que a resposta politicamente correta é: em Portugal. Mas a resposta real é: no Brasil. Marcelo seria útil se tentasse convencer aqueles dois países africanos da importância, também para eles, de uma norma comummente aceite.»

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

Tensão entre Governo e Marcelo

Texto transcrito do semanário Expresso do dia 6 de maio de 2016 sobre divergências entre Governo e Presidente da República à volta do Acordo Ortográfico. Relevo para as declarações de Carlos Reis, professor na Universidade de Coimbra: «Há todo um trajeto feito e em boa parte consolidado, mesmo que os opositores do AO não o queiram reconhecer. Nas escolas, na comunicação social, na atividade editorial, na administração pública o AO já é largamente usado, sem sobressaltos que se conheçam e com a ajuda de abundantes ferramentas disponíveis [...].»

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

Rejeitar o Acordo Ortográfico?

O jurista e professor universitário Jorge Bacelar Gouveia, declarando que adere ao Acordo Ortográfico de 1990, tece várias considerações sobre esta questão, incluindo aspetos no plano jurídico: «[C]omo seria isso [a inconstitucionalidade da nova ortografia] possível se a sua última versão – a sétima revisão constitucional – foi publicada em 2005, numa altura em que o Acordo Ortográfico não tinha entrado em vigor?» Texto no Diário de Notícias de 5 de maio de 2016.

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

“Acordo” ortográfico e desacordo nacional
Por Editorial do jornal «Público»

Editorial do Público, de 5/05/2016, com o qual este jornal português, reafirmando críticas ao Acordo Ortográfico de 1990, defende a reabertura do debate ortográfico e considera que o pior «é ter este acordo e ter de suportá-lo como cruz de um calvário que alguém reservou só para nós, mesmo sem qualquer razão válida que o sustente».

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

Há uma saída airosa para o Acordo Ortográfico?

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, no decurso da sua visita oficial a Moçambique, admitiu que, se este país e Angola «não ratificarem o Acordo Ortográfico, isso será uma oportunidade para repensar a matéria». Transcreve-se na íntegra o trabalho que o jornalista Luís Miguel Queirós publicou no jornal Público do dia 5 de maio de 2016 e no qual se sintetiza assim esta discussão relançada: «Ninguém antevê ainda o passo seguinte, e os adversários do AO dividem-se entre os que querem rasgá-lo e os que acham que é possível melhorá-lo.»

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

Críticas à ideia de Marcelo para repensar o Acordo
Dúvidas do PR português enfurecem defensores do diploma

Sobre o Acordo Ortográfico (AO), em vigor em Portugal desde maio de 2015, o presidente da República (PR), Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu numa breve declaração «repensar essa matéria», se Angola e Moçambique não ratificarem definitivamente o tratado. Os especialistas defensores do AO criticam «ideia delirante» do PR, porque o que está em causa é já uma «questão multilateral». Texto transcrito do Jornal de Notícias de 5 de maio de 2016.

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

«Floresça e viva a portuguesa língua»

No contexto das comemorações do Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP, o atual ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, realça a crescente afirmação global da língua portuguesa, sublinhando: «O que é promover a língua portuguesa? É promover a sua afirmação como língua internacional, de comunicação e de negócios. É promover o seu ensino, em todos os níveis. É promover o seu uso, quotidiano e cultural. É promover a criação que se exprime em português. E é promover o diálogo e a cooperação entre todos os seus falantes, e as comunidades, nações e países que eles formam.» Artigo publicado no Jornal de Notícias de 5/05/2016.