Se os diminutivos populares se formam, geralmente, com os sufixos -inho/-ito, -zinho/-zito (livrinho/livrito, paizinho/paizito…), os diminutivos eruditos, de origem latina, apresentam os sufixos -ulo e -culo:
ovo – óvulo
forma – fórmula
pele – película
cela – célula
globo – glóbulo
verso – versículo
uva – úvula
gota – gotícula
corpo – corpúsculo
modo – módulo
monte – montículo
parte – partícula
nota – nótula
osso – ossículo
etc.
Alguns destes diminutivos eruditos poderão parecer-nos mais “camuflados”, se não conhecermos o étimo latino de certas palavras:
nó (latim nodu-) – nódulo
obra (latim opus) – opúsculo
feixe (latim fasce-) – fascículo
roda (latim rota-) – rótula
rei (latim rege-) – régulo
cabeça (latim *capit-) – capítulo
pé (latim pede-) – pedículo, pedúnculo
Outros, então, encontram-se muito mais “escondidos”, pois formaram-se dentro do latim:
♦ mus em latim significa «rato»: músculo significa, pois, «ratinho», pela semelhança de certos músculos, quando contraídos, com pequenos ratos sob a pele.
♦ os em latim significa «boca»: ósculo significa, então, «boquinha»; por extensão de significado, ganhou o sentido de «beijo».
♦ anus em latim significa «ânus», cujo diminutivo é anellus, que originou a palavra anel.
A lista é infindável – e quem gosta deste tipo de saberes e sabores, poderá imaginar e/ou investigar o significado primitivo de outros tantos diminutivos eruditos, como por exemplo:
currículo
cálculo
ridículo
cubículo
canícula
lóbulo
testículo
pílula
clavícula
vírgula
ventrículo
questiúncula
abelha (latim apicula-)
ovelha (latim ovicula-)
orelha (latim auricula-)
etc.
Apontamento de João Nogueira da Costa, que o publicou na sua página de Facebook em 15 de março de 2019.